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Mostrando postagens com o rótulo reflexão

Três Marias – Destinos Desiguais, Fardo Comum

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  Maria, Maria, é um dom, uma certa magia Uma força que nos alerta Uma mulher que merece viver e amar Como outra qualquer do planeta 1 Década de 1960 Em uma casa humilde, no interior do Brasil, nasce Maria dos Milagres. A primeira filha de muitos. Cresce em casa de barro, com muitos irmãos em escadinha e pouca comida. Aprende a cuidar dos menores e da casa ainda criança. Escola? Só até o 2º ano. Foi quando uma patroa de sua tia acenou com estudo na capital e lá se foi ela, cheia de esperanças. Perdeu-as no trabalho diário entre louças e mais crianças para cuidar. Os filhos da patroa. Em uma maternidade, nasce Maria de Fátima. Filha de um bancário e de uma professora, mora num bairro de classe média. Tem acesso a livros, brinquedos e estuda em colégio público de referência. Gosta de matemática e piano. Sonha com um futuro melhor enquanto brinca de casinha com bonecas e ajuda a mãe nas tarefas da casa. Em um bairro rico de uma capital, nasce Maria Antonieta. Tem um sobrenom...

Habitar o tempo de outra forma

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  A velha técnica pegar um livro ao acaso e abrir uma página. Ler a frase onde o olho cair. O livro: Medo de Voar de Erica Jong A frase: Era preciso pensar com amplidão de decênios, e não de anos. Toda frase tirada do seu contexto, acaba por ter seu sentido alterado do original. De um personagem que ampliava sua expertise em algo para a zona cinzenta da filosofia. Amplidão de decênios e não de anos. Isso traz uma dimensão de tempo completamente mais ampla e menos focada na estreiteza do foco no umbigo. E no imediato. Pensar com olhar de cima para a vida e nossas ações nos leva para outra maneira de encarar a vida. Pedi ao Chat GPT que continuasse porque meu cérebro cansado de vários textos e pelo calor reinante, precisava de inspiração. Vejamos o que deu: “Pensar com amplidão de decênios e não de anos é um convite a enxergar a vida como um fluxo mais extenso, onde os momentos individuais são apenas pontos em um tecido maior. Se nos prendemos ao imediato, ao ciclo curto das coisas, ...

Poeira de lembranças

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O calor me mata. Não gosto dos extremos. Meu mundo se encanta com as harmonias. Calo de arquiteta? Talvez tenha sido refinado, mas minhas memórias me lembram que sempre fui uma pessoa observadora e crítica dos excessos. Saber conciliar os saberes internos com as expectativas externas é um dos meus desafios nesta vida. Meu espírito parece um pêndulo oscilando entre emoção e razão. Pobre coração... Tão carente de emoção... Tão escravo da razão Minhocas a parte, estamos no décimo dia do segundo mês do calendário gregoriano. A Terra continua girando nos céus em viagem à uma constelação que nem lembro nome, nem tenho certeza que é uma constelação. Já não tenho certeza de nada. Observo. No meio de um universo em expansão, uma minúscula poeira cósmica, eu e meus neurônios ainda nos vemos como o centro de um mundo que está pouco se lixando para a existência humana. Um dia vou morrer. Nós todos. Somos finitos assim como a poeira cósmica onde vivemos. Tudo é finito dentro da infinitude. Conversa...

obra inacabada

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  02/10/24 É o segundo dia do décimo mês do ano de dois mil novecentos e vinte e quatro. Escrito assim parece mais pomposo e solene. É uma mera convenção. Podia ser colibri dourado do mês abundante de flores do ano da colheita do que se plantou. Tudo na vida é convenção e esta é construída pelas nossas visões, nossos aprendizados e o que aceitamos como verdades. Existem fatos. É dia, tem nuvens no céu, vai haver eclipse do sol. Existem crenças e sentimentos oriundos delas. As nuvens empanam o brilho e o eclipse marca portais de energia cósmica que podem afetar seres que habitam um planeta qualquer da Via Láctea que tem o sol como estrela geradora de vida. Dito assim até parece fazer sentido. O que faz sentido realmente na vida? O que vemos? O que filtramos do que vemos? O que sentimos do que filtramos do que vimos? Filosofar sobre o sentido da vida sem citar ninguém e em plena manhã de uma quarta cinzenta, sendo apenas uma janela na imensidão de prédios que compõem minha cidade, f...

Fábula da criação dos chatbots

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Como toda boa novidade, pelo menos quando o é para mim, estou testando a ferramenta BING IA, que interage com a gente de maneira mais completa que o Google. Particularmente gosto de pesquisar. Não me fixo nos primeiros resultados dos mecanismos de pesquisa, vou mais fundo, às vezes o que eu quero está num link de um artigo da terceira ou quarta página. Dá trabalho? Dá. Mas o que não dá trabalho nessa vida? Talvez pedir tudo pronto às novas ferramentas de interação que oferecem quase tudo de mão beijada. Mas... Obvio que há mas em toda história. Nem sempre os dados são tão corretos, os estilos de escrita nem sempre são fieis aos pedidos. Na verdade, é um enorme "nada se cria, tudo se copia e se reescreve" dos tempos modernos. E aí um dos perigos do exagero da coisa. A coisa são os chatbots. Chatbots são robôs que conversam com os usuários através de chats, usando linguagem natural ou não. Eles podem ter diferentes funções, como atender clientes, fornecer informações, vender ...

Falta de sintonia

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  Aprendi a ver e fazer várias coisas ao mesmo tempo. Equilibrista da minha atenção como se o foco pudesse ser medido em balança. Ouço you tube relevante enquanto penso e escrevo. Nestes nossos tempos elétricos onde vivemos fazendo tudo ao mesmo tempo no mesmo lugar é um mantra corrente que devemos ser sempre maravilhosos. Ou espetaculosos. Ou chorosos. Ou seja lá o que nos garanta atenção em formas de curtidas momentâneas. Todos queremos nossos 15 minutos de atenção. Não sempre foi assim? Acho que sim. Desde que nascemos nossa luta por amor e reconhecimento ganha contornos de glória e desgraças, seja lá o que fizermos para tanto. As maestrias se perdem nas personas que criamos. Tudo bem, a vida é feita de aparências e aprendemos desde que adolescemos que nada nos é dado de graça neste mundo onde cavamos a sobrevivência com o suor de nossos corpos e rostos. Alguns literalmente, outros só nas academias, onde a juventude e a saúde é buscada como meta de brilho social. Ouço Mozart no ...

Uma certa empáfia de classe média

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A cena era inusitada. Em frente ao campus central da UFRGS, o motorista de um carro estacionado em cima da faixa de segurança, enfrentava um policial de dedo em riste porque este queria lhe aplicar uma multa. Uma certa parcela da classe média brasileira, e aqui incluo desde os pequenos e médios empresários, profissionais liberais, empregados de empresas provada e estatais e mesmo os que de certa forma ascende socialmente à posse de bens de consumo, tem uma certa empáfia perante à vida e às leis. E aqui tenho lugar de fala, burguesa que sou. Mas não posso deixar de notar que existe um foda-se armado quanto às consideradas pequenas transgressões. Ao mesmo tempo que esta parcela defende moralidade, ética e se ufanam de serem cidadãos de bem que respeitam as leis, se estas os atrapalham eles tem a convicção de que podem se safar. O sinal de trânsito é colocado de modo a acrescentar uns minutos a mais para o roteiro? Foda-se. O esperto se julga no direito de não apenas desobedecer, mas de ...

Entre sonhos, amigos e palhaços

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Acordo no meio da noite tentando escrever poesia. Não lembro mais as palavras, não eram boas rimas. Eu tentando, meio lúcida, meio sonolenta, arrumar os versos em algo que fosse bonito. Ou que fizesse sentido. Tinha uma coisa de rotas puídas. Acho. Seriam os tais sonhos lúcidos? (Obrigada Dione por estar no meu sonho e Lindevania pela lucidez onírica).   No meio de tudo o que me proponho a retomar em um novo rumo de vida, há espaço para leitura de palhaço. Vida de palhaça. Lembro da época de estudante e do dito de uma amiga sobre as pessoas especiais: Tu é Pá! Pá de Palhaça. Essa gente que sabe fazer rir, mesmo com coração despedaçado. (Obrigada Teca, pela inspiração) Encontrei muitos Pás pela vida. Todos gostavam de poesia. Mesmo que não soubessem. Sinto falta dessa alegria ingênua dos palhaços de saber trazer a sua música de dentro para expressa-la pelos gestos, pelos olhos, pela boca que engasga um sorriso e pelos pés que tremulam passos que vão nos fazer mais leves. (Obrig...

Fruir o momento

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  Leio que luzes não identificadas são vistas nos céus de minha cidade. Serão naves? Serão deuses? Serão satélites? Importa no momento? Não creio. Antes de começar a escrever, leio que Gal morreu. Como assim, Gal? Partir quando ainda queremos tua voz límpida, pura, gritante em cima de nós, por nós, em nós? Um momento e alguém posta que o "o ato de gerenciar o tempo é tudo que a vida é". Segue-se uma fala sobre o eterno dilema de viver o tempo, de se afundar no tempo, de gerir/mergulhar/se alienar/acordar. A vida é o que é. Lembro que fruir o tempo enquanto ele é me parece a melhor definição de ser sábio. Não a lembrança. Não a antecipação. Apenar fruir no momento em que acontece. Viva o presente.  Sempre li. Procurei entender. Aprender. Exercitar. Mas confesso, foi no limiar das perdas que realmente entendi a dimensão de fruir o momento. Daria tudo por um beijo do meu pai hoje. Exatamente aqueles beijos jogados ao vento, de todo o dia. Cada beijo de minha mãe, que se vai na s...

Faz de conta que há liberdade de pensamento

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14 de julho, dia da liberdade de pensamento. Ou seja, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu artigo XVIII, "todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".  Pessoas morreram e morrem pela defesa de poder ter liberdade de pensar, de crer, de ser. Os revolucionários de 1879 tomaram a Bastilha e mataram o rei para bradar sua indignação. E o sangue correu solto naquilo que hoje brindamos como Liberdade, Igualdade e Fraternidade nas festas francesas. Lembro meu pai ensinando a cantar a Marselhesa com orgulho, aquele hino guerreiro que chama à luta. Ele mesmo filho do outro homem que vociferava contra as artimanhas de eleições arranjadas onde, não apenas poucos podiam votar, como muitos recebiam as cédulas prontas, com os candidatos que deviam ganhar por força da força.  Aqui nesse país sempre se prezou pelo faz de conta: faz de conta que a gente vota, faz de conta que ditadura é democracia, faz de conta que racis...

O céu que ruge

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O céu que ruge, Yakecan, não fez tanto barulho sobre minha casa. Sim, sou privilegiada, moro em um local alto, bem protegido e tenho condições de me resguardar. Mas mesmo assim os avisos da defesa civil e imprensa me assustaram e me fizeram preparar o que podia para enfrentar uma fúria da natureza sem precedentes locais. Torcendo para que os alertas fossem apenas isso: alertas. E o foram aqui, embora em outros locais possa ter sido mais assustador. Fico pensando em quantos alertas a vida nos dá. Sinais de que algo não muito bom possa nos acontecer. Aquela voz que diz que melhor adiar aquela viagem, ou que aquele amor talvez não seja o mais adequado. Ou que a gente não está tão feliz com a carreira que abraçamos.  Alertas servem exatamente para que a gente se atente e tome providências para evitar perigos. Por mais assustados e sobressaltados que fiquemos, o bom é que os temores não se concretizem. Há que se separar os indícios que são reais e palpáveis dos que são temores vãos. Um ...

“Cerração baixa, sol que racha”

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  “Cerração baixa, sol que racha” costumava escutar desde pequena quando acordava em um local cheio de brumas. Comparações com a capital britânica e seu fog, ou ainda com a ilha dos druidas e fadas, Avalon, eram frequentes em sua cabeça. Era na verdade fascinante que tudo estivesse encoberto. A cidade desparecida. As possibilidades de se imaginar em outro lugar aumentavam. Ela sempre viajante. O sol rachante logo aparecia. Nem sempre. Tinha dias que ele se confundia e acabava envolto nas nuvens até que o dia já estivesse na metade. Dias mágicos. Lembrava de alguns. Mais que um acontecimento de clima característico da região, a cerração nevoenta era um sinal de que nem sempre a vida é cristalina. Há tempos de encobertas. Há tempos de procuras. Há tempos de possibilidades além do que se vê. Mas... Também há tempo de realidades encobertas. O perigo, ou a delícia, da liberdade de criar são as inúmeras possibilidades da mente. Voar. Maritacas fazem isso. Hoje mesmo um trisal de pássaros...

A honestidade em datas

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Hoje é dia do trabalhador e da literatura brasileira. Ontem foi o dia da honestidade. Cada dia tem um significado e a intenção de homenagear essa ou aquela coisa por alguma razão impactante. Seja pela greve que resultou em mortes, seja pela importância da escrita. Ou seja pela relevância da palavra honestidade. Vou me deter nessa última. Até porque fiquei refletindo sobre ela todo o dia de ontem. Também para isso servem as datas comemorativas, para que a gente pense. Honestidade é um conceito moral. Cada sociedade tem as suas regras de bom comportamento. Isso pode, aquilo não. Isso vai ser premiado, aquilo outro vai receber punição. Aprendemos desde pequenos o que fazer, o que não fazer, o que fazer na frente dos outros, o que guardar para si. Mas há honestidades que são maiores que as regras sociais. As religiões apontam isso. A maioria, nas suas origens falam em comunhão universal, matar não é legal, perdoar é bacana, compartilhar é bom para a alma. Será? As guerras estão aí para ens...

Posso morrer mas não quero

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Elucubrações sobre a morte, inspirada em Adília Lopes. Posso morrer hoje. Posso morrer agora. Não quero, mas posso. Qualquer um de nós pode. Um raio, um enfarto, um mal súbito. Sabe-se lá os desígnios da vida.  Posso e se. Posso morrer hoje sem ter feito tudo o que queria. Mas o que queria e fiz, me abastecem até hoje de memórias afetivas. Posso morrer porque me conheço de tantas formas. Fui corajosa e covarde. Continuo sendo. Fui generosa e egoísta. Mais generosa, fazendo as contas de modo correto. Visitei lugares que sonhava e tive aquela sensação de que aquele era um momento único. Visitei Atenas. Sofri abandonos, reais e imaginários. Escrevi achando que era um dom e percebi, três livros depois, que eram maneira de me comunicar com o mundo. Nem eram assim tão bons. Posso morrer porque aprendi a amar. Mas ainda não posso porque não esgotei do amor tudo que ele tem para me ensinar.  Posso morrer porque de mim há de ficar uma lembrança doce na memória de alguns. Os mais i...

Se não houver amanhã

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Duas mulheres morreram incendiadas em um acidente. Quando eu vi a fumaça ao longe, não sabia que duas mulheres tinham sofrido um acidente e morrido, tentando combate-lo de dentro do carro, sem conseguir sair. Era apenas uma fumaça ao longe. Um estranhamento. Algo fora da rotina. Também vejo fumaças aqui e ali e são estranhamentos. Uns morrem tentando fugir de invasores. Outros morrem de doenças evitáveis. Muitos morrem por falta de dinheiro. Mas isso já é rotina nesse mundo cada dia mais estranho. Pessoas jogam bombas em outras pessoas em um metrô em uma metrópole enquanto os senhores da guerra tramam jogadas que vão encher de poder uns e enriquecer outros tantos que vão reconstruir o que foi destruído.  Enquanto isso morrem pessoas e sonhos. Crianças choram. Outros não conseguem deter o fogo de dentro de um carro. Ou de si mesmas. O mundo cada dia mais violente. O sol nasce como todo dia. Há enchentes e cataclismos. Mas também há pores do sol e namorados continuam a se apaixo...

A barbárie que nos rodeia

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" Essa canalha rebaixa a ética e a estética" Reinaldo Azevedo Citar o Tio Rei já mostra o tamanho do abismo a que cheguei em termos referenciais. Ele se referia ao filme "Não olhe para cima", uma sátira trágica e nada sutil ao negacionismo e incompetência reinantes no planeta. Em outros tempos, segundo ele, detestaria o filme. Hoje o considera necessário. Talvez repensar o que tantas pessoas, das mais diversas ideologias, que se matariam em debates algum tempo atrás, se unem hoje em clamor contra a barbárie que nos rondeia, nos faça acordar da letargia. Ter que debater eficácia de ciência, a necessidade de um estado laico e a completa desumanidade de práticas abjetas como tortura e exclusão social, só nos mostra que o abismo é profundo. Os sinais já vinham se revelando quando percebi que ironias precisavam ser assinaladas como tal. Não perceber ironias é um sintoma muito preocupante de falta de inteligência básica de civilidade. No meu entendimento. Não ter uma mín...

Sobreviventes no deserto

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"Apenas tribos unidas por um sentimento de grupo conseguem sobreviver no deserto." Ibn Khaldun  Cinzentamente o domingo se espalha preguiçoso, antevendo tempos ainda mais gélidos que os que passamos. Sim, vivemos em um deserto. Embora urbanos e repletos de prédios, cheios de pessoas, inundados de universos, curiosamente estamos cada vez mais sós. Nossas fortalezas, pequenas ou grandes, abrigam nossos pares, mas não o etos público. Li esses dias uma reflexão sobre empatia e no como é necessário pensar além fronteiras individuals e familiares. Estranhei isso não ser pensamento comum, ensinamento que aprendi desde pequena. Meu lugar no mundo e, consequentemente, minha responsabilidade sobre o outro. Ainda mais curioso que ande na contra maré da conscientização corrente. Preciso ser mais egoísta, mais individualista, mais pensante em mim e menos no outro. Os outros para quem priorizo meu foco de sentimento de existência no mundo.  Vários testes já me deram semelhança com Madre Te...

Eu e meus breus

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Nasci perplexidade Cresci curiosidade, busca de sentido dos meus breus conheço o abismo dos picos a luz me guia sobrevivo generosa Bethaniamente sentimento aflorante/ perseguinte/ emergente Nasci em um abril de um ano da década de cinquenta. Em um quarto de hospital de uma cidade do interior do meu estado. A parteira, meio doula, me amparou junto à minha mãe e meu pai, em um ambiente meio breu, com música. Assim emergi ao mundo. Os breus vieram junto de herança. Carências ancestrais que trago coladas nas células e memórias de gente que não conheci. Fruto de mulheres que sofreram e amaram, perfumes de vidas que se fizeram entre dores e amores. Clichês e sonhos. Breus. Cresci entre medos internos e impulsos de saídas. Luz e escuro. Sol e lua me contornam desde sempre. Meus grandes olhos pretos curiosos, observantes. Meus brinquedos, os teatros de enredos criados na minha cabeça. Meus silêncios, o enigma de quem me via e não me reconhecia. Nem eu o fazia. Amadureci entre sorrisos e lágrim...

Deus tem dia?

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Acabo de saber que em 14 de junho se comemora o Dia Universal de Deus. Juro que achei que, sendo Deus, todos os dias eram seus. Pelo menos se diz dele que foi o Criador de tudo isso daqui.  Segundo o significado achado no Google Deus é " o ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito ". Logo deveria também estar acima dessas convenções de dar nome aos tempo. Dias, minutos, anos, séculos, são convenções humanas para o girar do planeta ao redor do sol. Ou ao redor de si mesmo, como acreditam outros. Lembrei que tem alguns que nem acreditam nisso de órbita porque creem que a terra não é esta bola azul no meio do universo como os querem fazer crer. Então saindo de Deus, que é uma ideia de fé muito pessoal, passo às crenças humanas.  "Convicção íntima; opinião que se adota com fé e convicção; certeza." Opinião que se adota pressupõe escolha. Adoto este ponto de vista e não aquele, baseado em convicções internas. Ou ...