Da chaleira que chia
Tinha jeito não. Já tentara de todas as maneiras que conhecia. E das que imaginara. Não conseguia se comunicar. Essa coisa da convivência não era para ela. Tirou a chaleira do fogo pensando em fazer um café cheiroso desses de arder a narinas de felicidade. Café tinha dessas propriedades de fazer tudo voltar aos eixos: a cabeça e a alma. Olhou em volta procurando mentalmente a lista das tarefas do dia. Não achou como de costume em meio da bagunça que era sua mesa de trabalho. Não faz mal, pensou. Lembro que era dia de consulta no psiquiatra. Onde ia para ver se conseguia elaborar o porque não conseguia essa convivência tranquila com a vida e o que fazia na real era fingir que falava de coisas importantes para que a pessoa para quem pagava os tubos a visse como alguém normal. Era dessas. Fingia na análise. A chaleira chiava e sua mente também. Logo na segunda feira que era dia de produção vinha essa letargia da tristeza que teimava em desacalmar sua rotina. Talvez um banho re