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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Equilibrista de emoções

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  Eram horas de trotar pela vida pensou sorrateira no meio da tarde. Nublada tarde. Desses dias de nuvens encardidas e vento morno que dão nos nervos de quem tem alma sensível. Melhor rememorar momentos fugidios, olhar formas aleatórias, imaginar futuros possíveis ou apenas viver um presente inadiável. Esses dias de resmungar energias perdidas e sentir cada mínimo perímetro do corpo. Cada músculo. Cada pesada sensação de desconforto como se precisasse de massagens múltiplas para colocar um pouco em ordem. Ventava. Mas tinha calor. A roupa apertava. O peito apertava. A saudade ? Essa doía mesmo que saudade é bicha danada, não tem pejo nem decência. Poreja ausências. Nem tudo resmungos, é verdade. Tinham vontades enlouquecidas. Ou quase. Tinha risos desbragados, embora escondidos. Tinha raiva. Tinha medo. Mas tinha Vida que esta é chama poderosa e sinaliza feito farol mesmo nos dias enevoados. Tinha um otimismo pueril. Desses de brincar de faz de conta em noites de tempestade. Desses de

Uma certa empáfia de classe média

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A cena era inusitada. Em frente ao campus central da UFRGS, o motorista de um carro estacionado em cima da faixa de segurança, enfrentava um policial de dedo em riste porque este queria lhe aplicar uma multa. Uma certa parcela da classe média brasileira, e aqui incluo desde os pequenos e médios empresários, profissionais liberais, empregados de empresas provada e estatais e mesmo os que de certa forma ascende socialmente à posse de bens de consumo, tem uma certa empáfia perante à vida e às leis. E aqui tenho lugar de fala, burguesa que sou. Mas não posso deixar de notar que existe um foda-se armado quanto às consideradas pequenas transgressões. Ao mesmo tempo que esta parcela defende moralidade, ética e se ufanam de serem cidadãos de bem que respeitam as leis, se estas os atrapalham eles tem a convicção de que podem se safar. O sinal de trânsito é colocado de modo a acrescentar uns minutos a mais para o roteiro? Foda-se. O esperto se julga no direito de não apenas desobedecer, mas de

A vingança nossa de cada dia

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  Acabei de ver uma série coreana chamada A lição (The Glory) que trata sobre a vingança de uma jovem, motivada pelo bullying escolar sofrido pela protagonista. Li que este é um problema muito sério na sociedade coreana e na série ele é realmente muito pesado, chocante em sua crueldade e traumas que levam a jovem a dedicar a sua vida a um desejo de vingança. Este passa a ser o foco de sua vida e para isto ela traça uma meta que cumpre friamente. O enredo envolve o telespectador para que o desejo de vingança passe a não apenas ser aceito como normal, mas até motivando que seja desejável naquela motivação humana de resposta às ofensas e injustiças que a personagem sofreu. É compreenssível sentir que as pessoas querem vingança porque sentem que foram feridas e querem que a pessoa que as feriu sinta o mesmo tipo de dor. Confesso que para mim, por mais terríveis que tenham sido os sofrimentos inflingidos, é dificil entender como uma pessoa possa fazer deste desejo de vingança uma meta de

Um conto meio humano meio tecnológico

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  Ainda experimentando o Chat GTP. Desta vez para escrever um conto em conjunto. Abaixo o experimento:  E: boa tarde, você me acompanha em escrever um conto. Eu escrevo um paragrafo e você continua? C: Claro! Vamos começar. Qual é o tema do seu conto? E: um conto de terror sobre um grupo de pessoas presas em uma realidade paralela e paranoica C: Parece interessante! Vamos começar. Eu escrevo o primeiro parágrafo e você continua a partir daí. "Era uma noite escura e tempestuosa quando o grupo de amigos decidiu se reunir em um chalé isolado na floresta. Eles estavam animados para passar o fim de semana brincando e contando histórias assustadoras ao redor da lareira. Mas logo perceberam que não estavam sozinhos. Havia algo de estranho no ar, uma sensação de que algo sinistro estava prestes a acontecer. E assim, enquanto o vento uivava do lado de fora, eles se encontraram presos em uma realidade paralela e paranoica, onde não podiam confiar nem mesmo nos seus próprios olhos e ouvidos.