Das areias do tempo que marcam a poesia
Cabeça esmagada, tanta areia jogada minutos correm minutos galopam tipo velocidade supersônica Tempo é bicho ingrato não perdoa nem santos nem pecadores nem a gente Cabeça esmigalhada feito bagaço de fruta chupada cuspida no asfalto quente daqueles que frita ovo queima sola do pé afasta poesias Cabeça vazia complexa mistura de repentes Docemente cantadas nos instantes fugidios Senhora descoberta sem mantos sem encantos Poetas socorrei-me tragam a musicalidade das rimas simples angustiantes das herméticas labirínticas construções do emaranhado de vida lambida Amantes vinde! Me amparem em sua paixão ousadias e desejos ardentes sílabas rimadas de vontade de sincronia Navegantes, abram seus mares areias e tempestades Balanço de cavalos marinhos Ímpeto de tubarões profundezas de mistérios da alma Atlântica do poeta português Deusas e Deuses Toquem-me com seus dons Façam-me divina e mortal acendam a centelha que mistura afronta e medo Tornem-me imortal em ousada desobediência Sai de mim