Aquela Zica de fim de ano
Nem sempre foi assim. O fim de ano era tempo muito esperado. Tinha a magia do Natal e dos preparativos. Era um tal de fazer biscoitos, ir em busca de musgo para o presépio e imaginar o que o Papai Noel ia trazer de presente a cada ano. Desde que não viesse junto. Um ano ele veio e era feio que só. Não era gordo e bonachão como nas revistas (não tinha esta coisa de shopping naqueles tempos e o bom velhinho a gente só via em propaganda das revistas). O que veio era magro e com uma máscara esquisita. Chegou todo cheio de mau humor o coitado. Já devia estar cansado de tanto dar presente e fazer sermão. Veio com uma vara de marmelo como se apanhar fosse coisa comum para mim. Não era. Chorei muito. Quase como naquele filme da Branca de Neve quando a bruxa apareceu e fez a Branca dormir com tempestades e raios. Na verdade chorei menos que no filme que estava de olho nos pacotes e era só esperar o magrelo ir embora que tudo virava festa de novo. Natal era tempo de calor. De