Cabelo faz diferença?
Nasci loira. Isso talvez explique muita coisa. Ou não. Nasci loira e séria. E detestando tirar fotografias. Não me pergunte porquê. Algum trauma talvez. Alguma rejeição a chamar a atenção. Devem ter algumas sombras dentro de mim que fariam a alegria de um psicanalista. Mas seja lá o que for, já foi. Também não fiquei adubando que o que a gente rega, floresce. Seja flor, seja espinho. Nasci loira e preocupada com o cabelo. Era uma espécie de Sansão às avessas. Acho que os sabia bonitos, me davam segurança. Queria que estivessem sempre certinhos. E sérios. Como eu. Mudei várias vezes. De criança eram enormes. Iam até a cintura! Na adolescência passei por diversos estilos. Cada seis meses ou menos, mudava radicalmente o visual. Mas nunca muito curtos. Uma vez apenas. 16 anos. Uma aposta de um cabeleireiro que passou feito furacão e me fez sentir moleca. Uma foto que se perdeu. Nunca dentro de mim. Guardo aquela imagem até hoje. Me achei. Me perdi de novo, até me a