Das ruas da minha infância
Tão grandes as ruas da minha infância! Maiores por ser eu tão pequena. Eram seguras, convidativas para um caminhar, um brincar de amarelinha. Novo Hamburgo, uma cidade próxima à Porto Alegre, com ruas tão limpas que parecia não haver habitantes. Nossa casa, branca como as nuvens, ficava em cima de um morro. Nos verões escaldantes, faltava água. Íamos de sacolinhas, a pé, até o Clube Aliança. Piscina e o banho que, fora de casa, tomava ares de aventura. Anos mais tarde, fui passar um carnaval em Laguna/SC, na casa de um pescador. Eu e uma turma de jovens urbanos. Além do piolho, que pegamos na noite em colchões conjuntos, também a água faltava. O jeito era pegar um barquinho, atravessar as águas e ir tentar um banho no camping local, rezando para que nos confundissem com os barraqueiros de lá. Ou comprar um no barzinho simpático, cujo banheiro tinha uma janela enorme que dava para uma mata. Tomara não tivesse ninguém ali. Bons tempos em que o celular não tinha sido inventado, nem as