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Mostrando postagens de outubro, 2021

Meu pacto com a Lua

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Já não sangro Meu pacto com a lua virou rumos desertos meu ventre virgem não partente sangrava em uivos nos tempos do cio Hoje já não sangro                   mas sim sangra em mim o tempo do filho que não nasceu No tempo que o sangue  fluía Sentia vibrantes rios Vermelhos Hoje já não sangro rios aparentes Sangro vozes cobertas Sangro desejos inconfessos Sangro solidões Lua pactua casa materna águas que não vivem mais Hoje sangro sim Mulher sangra sempre que a força uterina não morre jamais   

Quando os robôs fazem versos

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Todos já passamos pelos traumas das páginas em branco. A inspiração que falta, a motivação que some. O atropelo das informações e desassossegos da vida real que levam para longe a leveza de ser e expressar. Fazer o quê?  Entre pesquisas diárias, senti curiosidade para ver alguns exercícios de desbloqueio da criatividade para escrever. Existem vários, alguns aprendi em oficinas, outros escutei nos you tubes da vida. Mas hoje dois me chamaram a atenção: Um gerador de acrósticos e um de palavras aleatórias . Acrósticos são aqueles poemas que, em geral, iniciam com as letras de alguma palavra ou nome que parece oculta, mas pode ser lida na vertical. Eram bem populares em certa época onde se faziam homenagens às crianças e jovens adolescentes. Pelo que percebi, o site tem algumas frases prontas que, reunidas, podem ou não fazer algum sentido.   E  ameaça a tempestade, l iberdade é entendida necessidade, e  seu companheiro constante, a humildade, n ão cresceu mais do que a eternidade. A  b

Patéticas palavras ouvindo o Poeta

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Se o coração de Drummond pode crescer 10 metros, sem arrebentar, o que será de mim? E e agora, moça calada?  O céu empedrado, a utopia mofada, os afetos escondidos, a vida que geme. E agora, dona moça das patéticas palavras? Escutar o poeta mineiro não te fará escrever melhor. Vai talvez, quem sabe, acordar fagulhas há tempos adormecidas. As sutilezas jazem no campo nem tão santo dos dias que correm. Gentileza e luminosidade se acabam nas ilusões rotas das malas desfeitas. E agora moça encantada? Espelhos te mostram outro rosto, não o teu, tão ainda cadente. O reflexo ressoa trilhas de décadas de sonhos carpidos. Um tanto de culturas, para ti exóticas. Mas não, apenas outras formas de ver o mundo. Sentir o tempo. Colher a semente. Colheita pungente de minutos que escorrem nas águas nascentes. Tocantes sons misturando palavras e voos. Canto de pássaros, buzinas de ônibus, passos apressados, olhares assustados. Memórias e vidas lacrimejam. E agora, moça? Ainda resta espaço para poesia na