A vida sempre continua
Acordo mais tarde e já vou caminhar com o dia corrido nesta quarta-feira de cinzas onde a cidade adormecida recomeça a voltar sua vida de todo dia. Faço uma meia volta no parque, ladeando uma avenida cheia de árvores e um corredor de ônibus central. Enquanto olho o movimento no meio das árvores ouço um som que mexe comigo. Uma sirene de ambulância. Já estive dentro de uma, correndo pelas ruas escuras da cidade, enquanto meu pai recebia atendimento e eu rezava para que tudo desse certo e chegássemos a tempo no hospital. Se antes eu já sentia aquele barulho como urgente, agora ainda mais. Sempre rezo para que tudo dê certo para quem ali dentro luta pela vida. Olhei para o lado e, no corredor de ônibus, vejo três veículos. Um ônibus na mão normal. Uma ambulância com sua sirene tocando na contra mão. E na frente dela, outro ônibus em sua rota. Fico imaginando que um dos ônibus vai se mexer, ou os dois para que a ambulância siga seu caminho, duas quadras que está do pronto-socorro munic