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Mostrando postagens de dezembro, 2018

Reinventando-me e dando boas vindas ao novo ano

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Não vai haver nada absolutamente diferente no mundo em termos reais na passagem do ano.  Vai haver sim na cabeça e energia de milhões de pessoas que convencionaram que assim será. Nesse ano que se acaba, muitas lutas internas, muitas olhadas de espelho. Decepções com pessoas. Alegrias com outras. Reencontros e despedidas. Foi no geral um ano pesado porque dentro de mim havia chumbos que me tolhiam as pernas. Urge que volte a leveza. Urge que volte a capacidade de imaginar novos horizontes e novas escapatórias. A vida se faz de presenças e ações. Acendo então a luz para que nela brilhe a energia que circunda o mundo em forma de bons desejos. Encho os balões que me alçarão a novos e desafiadores voos. Abro minhas portas ao mundo que me pede que o enfrente, goste ou não.  Sei que não estou só. Mãos e mentes amigas e queridas esperam gestos e sorrisos. Outros me necessitam no que tenho de mais meu para doar ao mundo: meu tempo e minha atenção

Rescaldo do ano que se finda

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Fim do dia Sofria Sorria Pensava  no que seria Da vida Da lida Do tanto que podia Sentia Poderia Quem sabe um dia Anoitecia Amanhecia E a rima acabava E restava a vida Sem poesia Noves fora lhes confesso que não foi um ano fácil. Ia adorar chegar aqui com um monte de receitas de superação e otimismo, mas nem sempre a vida nos reserva esses atos de heroísmo. Tem aqueles tempos que a miséria do mundo fica encaixada nela mesma e a gente olha, sente ainda, que a sensibilidade, essa bicha danada, não morre nunca, mas não vê beleza nem num dia de sol. Esse ano ano foi desses.  Das coisas boas que fiz ao meio ao meu caos interno: li muito. Brindei muito. Amei muito.  Chorei muito também. Sempre silenciosamente, nunca aquele choro represa que saí e lava a alma e leva com ele tudo o que de ruim se acumulou. Foram lágrimas de desesperança.  E não pensem que só pelas coisas de fora. Essas também me afetaram. Mas era dentro de

Dear Santa, neste Natal quero....

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Caro Santa Claus, também conhecido como Papai Noel cá por essas bandas abaixo do Equador e acima da Terra do Fogo. Querido ser que chega sorridente todo dezembro, parecendo ter toda a energia do mundo, não apenas para percorrer os céus do mundo com suas renas e se apertar em chaminés para deixar um presente, ou vários, nas casas de quem pode se dar ao luxo de acreditar em você. E que parece ter toda a paciência para aguentar milhares de pirralhos e seus pais, sentados no teu colo, despejando desejos os mais estapafúrdios que só vão encher seus quartos de mais quinquilharias tecnológicas e seus pais de mais dívidas nos bolsos já apertados. Mas que parece esquecer certas casas, onde as crianças olham aos céus, aguardando uma visita que não vem, ou vem travestida de caridade nas cartinhas escolhidas ao acaso e nos brinquedos reciclados que já não cabem nos armários entulhados. Não é de hoje que tu não tem tempo de passar em todos os lares. Lembro de meu pai contando,

Entre frestas e o cuco

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Entreatos Entre frestas Entre sonhos de miragens Uma vida se passou O relógio teimava em gritar seu cuco por mais que tivesse tirado a corda. Parecia que tinha vida aquele pássaro ingrato. Devia reconhecer que seu tempo passara, que era hora, mais que hora, de fechar o bico e se recolher no seu ninho. Qual o que. Quanto mais o tempo passava, mais agudo seu tic tac. Mais gritante seu cuco, cuco, cuco.... Vontade mesmo de jogar aquele penante no chão, esquecer que tinha trazido com tanto carinho, no meio da mala, escondido da alfândega, como se crime fosse trazer um cuco histórico de uma loja no meio de um cantão suíço.  Mais não fosse porque não foi comprado. Foi roubado mesmo.  Não, não era uma ladra dessas reles de vida à toa. Nem tinha esses apelidos de ladrao rico, cleptomaníaca. Era sim maniaca por aquele homem de pele clara, olhos ainda mais azuis que o céu. Ele sim que era o ladrao. Ele sim que tinha roubado sua paz muitos anos atrás.  Uma vez só tinham jogado tudo longe e seguid

Senhorita Marzipã Gostosa

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De que modo vou abrir a janela,se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?  Adélia Prado Suspirou enquanto tentava fechar o vestido vermelho justo. O espelho mostrava uma senhora com ar triste, bem diferente daquela que habitava dentro dela. A de dentro, mais levada, sorria com a fantasia de Mamãe Noel para a festa de despedida do ano da empresa. Ela sempre séria, tão cheia de bom senso, tão coisa normal, tão pouco afeita às festas e confraternizações, era quase uma alien naquela roupa de cara de festa. O vestido encontrara perdido no armário, debaixo de um casaco de inverno. Sobrara dos desapegos anuais. Aqueles que fazia todo ano e onde tirava tudo aquilo que não usava fazia uns três anos. Uns porque tinham passado da moda, outros porque tinha enjoado. A maioria porque não cabiam mais nela, cujo manequim teimava em subir a cada ano.  Menos o vestido vermelho.... Era um verão de umas duas décadas atrás quando um olhar mais matreiro a seduziu em uma viagem de traba