Mãos que tecem - quando bate a saudade
Acordo ensolarada. A energia me invade de forma diferente, eu que tanto ando carente dela. Arrumo a cama com energia, troco os lençóis, espano as poeiras do descaso. Arrumo as almofadas. Meus dedos tocam a única diferente entre elas. Tecida por mãos que já não habitam este mundo. A saudade me bate forte. Lembro que hoje, 24 de abril, é o dia que ela nasceu no planeta Terra. Taurina. Teimosa. Perseverante. De personalidade forte mas terna. Toda cuidados. Mais com outros que com ela. Minha tia. Tão virginal como seu nome. Virginia . Lembro de sua energia que se tornava mais alegre quando ela convivia. Seus dedos ágeis faziam maravilhas com as agulhas. Linhas que se transformavam em colchas, toalhas, vestidos. Almofadas. Seus sorriso quando dava presentes. Gostava de se doar. Ou talvez fosse a forma que aprendeu de viver a vida, com os filhos que não teve, mas que ajudou a criar. Lembro da sua coragem de ser mulher só em uma época em que isso era um peso. Sempre independente, sempre solid