Bonequinha de lixo e qual é mesmo o papel da mulher?

"em que espelho ficou perdida a minha face?" Cecília Meireles "Quem és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada." Hilda Hilst Não a toa reuni uma série de leituras das décadas de 70/80 com o recente livro da escritora gaúcha Helena Terra. Mais tarde lhe digo o porquê. Bonequinha de lixo me enganou. Comecei a ler o livrinho com aquela malemolência que as frases, aparentemente leves, me indicavam ser uma leitura amena sobre o universo de uma menina com suas descobertas de mundo. Nada mais enganoso. O livro é breve mas nada tem de superficial. Me senti como mergulhando em um jogo de relações (usando a expressão que Leonardo Boff usa para o universo) em que existe um crescente de percepções, vistos pelo olhar, ora inocente, ora irônico de uma guria que se percebe em um emaranhado de vivências, contradições e complexidades. Denso. Um buraco negro que capta as nuances das relações que, não apenas envolvem a protagonista e sua família, mas enredam ...