Moradas de todos nós II
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A varanda de Betania Seu refúgio, a varanda ensolarada e cheia de plantas de Betania tornavam seu mundo mais ameno na capital. Recém-chegada do interior, trabalhava em um grande hospital como enfermeira. Suas noites em claro se traduziam em grandes olheiras e hematomas de batidas. Às vezes ao caminhar, algumas ao dirigir. Precisava do trabalho noturno para garantir a educação do pequeno Rafael, seu filho de dez anos, que morava com seus pais. Viúva aos 20 anos, teve que abandonar planos e sonhos e optar por uma profissão que lhe desse sustento. Foi vendedora, diarista e motorista enquanto fazia faculdade de enfermagem. Formada, conseguira o emprego naquele grande hospital da capital. Apartamento alugado, o único luxo era uma área de sacada que encheu de verdes e flores. Era um pedaço da natureza tão amada que trazia para o cinza da cidade. Era ali que sonhava, enquanto aguava suas plantas e ouvia suas canções. Ali os pássaros vinham cantar em profusão nas manhãs de suas chegada...