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Mostrando postagens de novembro, 2023

O tempo

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  Um dia acordou criança.  No outro seu corpo rangia. No meio do tempo, manchas, cicatrizes e risos O caminho foi leve por fora às vezes dolorido por dentro Nada a se queixar que não fosse escolha Dessas talvez um repensar Cada decisão tomada seria refeita? Com certeza não Mas já não importa O corpo range as portas se fecham a música prestes a dar seu acorde final A menina que abria os olhos enxerga espantada alguém tão parecida com sua avó Importa? Ao mundo não, que passou um átimo as nuvens rolarão os ventos soprarão E ela? Findará em poeira e voltará ao lar

Fábula do reino em polvorosa pela ratoeira roída

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O rato roeu a ratoeira do rei de algum lugar.  O rei, incomodado por ter a sua autoridade questionada, resolveu decapitar o rato que se escondeu na floresta.  As tropas do rei, inquietas por ter uma tarefa extra e querendo chegar cedo em casa, atormentaram o padre da igreja pedindo providencias mais obtusas.  O padre da igreja, pego no meio do namoro com a jovem beata, suspirou alto, disse um palavrão e pediu aos céus uma providência para achar o rato fujão.  O deus de plantão, atrasado para os milagres da vida cotidiana e achando um acúmulo de função ter que cuidar de um mero ratinho, pegou seus raios de plantão e jogou ao bel prazer.  Um dos raios, pego de surpresa na rotina dos guardados, abriu a boca sonolento e foi trovejar forte no meio da tempestade.  A tempestade, enciumada pela escolha do raio, acometeu o palácio do pequeno rei que estava enfezado com o ratinho que tinha roído a ratoeira e com medo fugira para o mato, sendo perseguido pelas tropas reais que tinham solicitado u

Portal que leva a Paris

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Aquele dia que gera uma repetição de números 11/11 em que alguns místicos dizem que se abre um portal energético importante. E porque não? E esse porque é daqueles acentuados ou separados? Nunca sei. Também não me importo muito em saber, já que adorar gramática nunca foi meu forte. Enfim, um sábado undécimo, chuvoso, onde tento retomar os meus bons hábitos de comer pastos para voltar a caber em manequins mais justos. Nem por vaidade, mas também. Mas para economizar porque tenho muita roupa me esperando e não estou a fim de desapegar. Sou ruim de desapego. As coisas me completam e nem sempre me sinto mais leve ao dar aquilo que gosto. Às vezes sim, até porque curto esse lance de generosidade. Mas muitas vezes sinto uma saudade de coisas que tive ou de partes de mim que já não reconheço aqui e agora. Sinto falta da Bichanina. É como se ela ainda estivesse aqui, fazendo parte da rotina. Como se colocar outra felina no lugar dela fosse uma traição há convivência de quase 14 anos. Sim, sou