Ponto de maravilha
Sou eu. Se é que alguma vez me soube com inteireza....Algumas épocas de minha vida achei que sim. Me era mais amigável. Eu me lia mais. Foram momentos incríveis. Mas a medida que os anos passam, se apossa de minha pessoa uma espécie de sabedoria que se aproxima àquela velha máxima: só sei que nada sei. As certezas já não servem como muletas. O pragmatismo analítico se torna mais concreto. Deve ser minha lua em gêmeos afinal que vê os lados de todas as situações como se fossem isolados e encontra coerência nos dois. Embora sejam díspares. Sobra como sempre a velha e boa intuição. Aquele quezinho que bate lá dentro e é como uma cadeira confortável, um sapato que veste bem, um aconchego de sentir que sussurra que isto é certo, ou mais certo que aquilo. Este sussurro é o diferencial. Antes era grito. Era emblema tatuado, era carimbo na testa. Hoje é murmúrio suave. As vezes nem tem tanta relevância assim. Serve para montar a harmonia que forma minha interna (e eterna)