Quando as histórias secaram ?
Andava em uma montanha russa na frente da sua máquina de escrever. Ia ao fundo de si, e saia voando, juntando letras borradas com lágrimas e sorrisos. Mas naquela manhã pálida,olhava-se no espelho, com um olhar diferente. Amanhecera sem uma história para contar. (Adriana Mayrinck) O vazio. Era um pouco diferente do branco que, como aprendemos na escola, é a junção de todas as cores do espectro. Quem dera dentro dela germinassem milhares de vozes, dezenas de sentimentos, algumas perguntas que levassem à elaborações mais ou menos complexas. Em vez disso, apenas o vazio. Lembrou a infância para ver se, catando as peças do passado, pudesse reencontrar certezas esquecidas. Mas as memórias ficavam lhe olhando como se fossem velhas fotos desbotadas, que mesmo com roupagem de novos filtros tecnológicos, parecessem apenas velhinhos em roupas que não mais lhe cabem nas festas de faz de conta em que somos todos felizes, só que não, dos dias atuais. Não era pena. Não era nem depressão