Memórias guardadas na nuvem
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZxZTtqPdeRYGzdFxChwOI4lqjq5XIY3ZkWIFlU_okoNHcHesU7fO7myIbw_Y_XP-xF69K3gkY1e5es5qSkwWcl08W43Kfc762DsxLYRzxrl_vEX0GCs1w_YyjfoUMQngaosLWo-GDsmLOGoOyHdFqad72dDpLkMVdT1tX-gqoSVG6PFs8yBl8kFh7VjTU/w400-h400/OIG%20(26).jpg)
Os braços não os sentia como antes. Não que não os soubesse em si, mas pareciam meros apêndices do tempo em reclamavam de dor quando as mãos dedilhavam céleres o teclado. Hoje teclado não mais existe porque os comandos são oferecidos pelas Yinuo, as sucessoras das primitivas Alexas. Era uma sensação estranha ter o corpo físico substituído por sistemas binários que guardavam nas nuvens sua memória, seus feitos, suas narrativas e sagas. Não sabia se era exatamente assim que funcionava já que nunca se interessou por tecnologia digital. Bastava que funcionasse e estava bem. Já nem podia afirmar que tudo o que saia de sua boca era realmente fato acontecido, ou versões geradas por ela mesma, ou por algum sobrinho ou amigo que recordava em sua cabeça e acrescentava ao programa básico. E nem importava porque seus parentes mais próximos também já eram hologramas de um passado que já tinha se ido. Ficaram pendurados em gavetas, à disposição de algum curioso ou historiador que quisesse pesquisar