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Mostrando postagens de junho, 2022

a pena no chão

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E la v iu a pen a e  le mb rou .   Le mb rou do d ia em que fo i abandon ada ,   do d ia em que f ic ou so zin ha no mund o .   Lemb rou do med o , da d or , da solidão. U ma pen a no ch ão   N ingu é m a v iu   N ingu é m a peg ou   E la ch ama , ch ama   Ch ama por um don o   Ch ama por um lar   Ch ama por um obj et ivo   P or u ma r az ão para v iver   E la ch ama , ch ama   At é que al gu é m a esc ute   At é que al gu é m a leve   d ê um prop ó s ito   E  de ix e de ser u ma pen a no ch ão . Uma pena a pena abandonada. Tantas almas chamando por um gesto  Tantos gritos trancados A pena jogada O chão  A terra Os passos correndo ligeiros Os olhos nos céus  A pena no chão Seu peito doído  Seus olhos aguados Sua casa desfeita  Seus medos ao relento Seu corpo marcado A pena arrastada Ela cansada Ela apenas uma pena Jogada no chão 

Presente inusitado no dia dos namorados

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Uma cuia e uma pacote de erva mate. O presente mais inusitado que ganhei em um dia dos namorados. Essa história tinha começado uns meses antes. Recém formada em arquitetura, fui numa festa dessas de amigos de amigos. Aquelas que a gente só conhece uma ou duas pessoas. De repente um jovem. Moreno, olhos pretos, pilchado.  Pilchado é como chamamos quem está vestido com as indumentárias gaúchas. Bombachas, bota, sotaque fronteiriço, daqueles de com os "ês" bem pronunciados. Falante, apaixonante. Terminamos a noite com ele me levando para casa, de moto. Sem capacete. Nem lembro se eram obrigatórios no início dos anos 80. Do século passado.  Me deu dicas de como ser carona em moto. Tipo um baile, segue os movimentos de quem conduz. Perto de um túnel, me disse, com um sorriso matreiro: "Queria agora te dar um beijo, mas aprendi que ao se fazer duas coisas ao mesmo tempo, uma não se faz bem". Obviamente não eram duas coisas que se devia arriscar fazer mal: conduzir uma mot

As brumas de Porto Alegre

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"Avalon estará sempre ali para todos os que puderem buscar o caminho, por todos os séculos e além dos séculos. Se não puderem encontrar o caminho de Avalon, isso talvez seja um sinal de que não está pronto pra isso." Marion Zimmer Bradley Sempre que chegamos nesta época do ano em que os nevoeiros, aqui chamados de cerração, nos saúdam a cada manhã, lembro dos livros de Bradley. Li e reli os quatro livros da saga das Brumas de Avalon. Várias vezes.  Os mitos célticos sempre me fascinaram. Um lugar algures em que a magia persiste e a sabedoria da Deusa predomina. Mas olho para fora e as brumas daqui nem sempre guardam tanto mistérios como as escritas. Aqui a cidade acorda, envolvida por nuvens descidas dos céus. Tá, eu sei que nem deve ser essa a explicação mais correta, mas deixa ser poética dentro de mim. Por favor! Ando carente de poesia. A realidade anda por demais crua para que prescinda de um fulgor de respiro. Há que se ter leveza mesmo quando tudo parece se dirigir a um

Hábitos e como torna-los ação

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Esses dias abri uma caixinha de perguntas naquela rede social do momento. Pedi uma palavra para a semana. Várias respostas. Bonitas. Contundentes. Paz, afeto, saúde, paciência. Coragem. Todas necessárias. Algumas urgentes. Uma amiga lembrou: Hábitos. Hábitos diários. Significado de hábito : Ação que se repete com frequência e regularidade; mania. Comportamento que alguém aprende e repete frequentemente. Maneira de se comportar; modo regular e usual de ser, de sentir ou de realizar algo; costume: hábitos severos. ( fonte ) Imaginem um bebê que começa a desbravar o mundo. Ele observa. E age. Ele começa a decodificar aqueles sons que ouve e compreende que formam significados. Ele vê que os seres andam e tenta se equilibrar em perninhas bambas. Cai. Levanta de novo. Tenta. Tenta. Tenta. Até que consegue. Meio tropegamente sai da inércia e ganha sabedoria. Como faz? Hábitos. Ação que se repete com frequência, lembra? Com a gente não é diferente. Aprender algo exige hábitos. Hábitos requerem