Um domingo qualquer de fim de ano
Tenho escrito tão pouco. Tenho ouvindo minha voz bem mais. Explico: assumi o hábito bem-bom de caminhar ao sol de mãos e mente limpa. Minha vitamina D baixa e os ossos já ressentidos das décadas de vida pedem providências imediatas. Além deles, uma já quase persistente tontura, tipo um mundo pesado sobre a cabeça, me deu medo de algo sério no corpo. Ou na mente pós pandemia. O que de qualquer maneira não é saudável. Caminhar só e sem lenço, nem documento, muito menos celular me faz respirar mais fundo. Ouvir os sons da cidade. Os sons da natureza. Os sons que brotam de mim. Escrevo crônicas lindas que esqueço assim que volto para a rotina. As palavras fluem lindas quando caminho só no meio das árvores. Vejo ângulos que dariam lindas fotos que registro na minha memória de fotografa. Não para fotografar, mas para lembrar que a beleza está nos momentos mais distraídos da vida. Leio que morreu Nélida Piñon e juro ter já escrito algo sobre ela, tanto que a pesquisei em frases e obras n