Tempo sem ponteiros
Era dia de qualquer hora e ela mesma, mulher de qualquer momento. Nem sabia mais que idade tinha ou qual era a motivação que fazia seus dias diferentes da mesmice de qualquer tempo. O tempo corria célere. Isso ela sabia. Ainda ontem era dia de brincar de roda. Vestida de baiana, balangandã na cabeça saia dançando como se o amanhã não existisse. Existia. Hoje vivia o amanhã. Seu corpo doía. Sua alma sentia uma solidão difícil de explicar. Era dela mesma que sentia falta. Era dia de qualquer momento e ela mesma, mulher de qualquer hora. Seu documento gritava uma dezena de anos que não lhe pesavam por os ter vivido. O peso vinha quando pensava que o tempo que restava era bem mais curto. Talvez, com sorte, a metade. E já sabia da ligeireza das horas. Vestida de banalidades, bebia água que nem era mais cristalina, e sabia a aromas de campo. Tinha gosto de alecrim. Cheiro de canela. Sorria. Ouvia Paralamas, quase um segredo e pensava sim. Expectava o que viria a seguir. Seria tempo de ...
Boa tarde!
ResponderExcluirFeliz Natal!!
Adorei ler seus relatos ... também sou gaúcha, de Porto Alegre mas morando em Floripa atualmente.
Adoro ditados, aprendi muitos com minha avó. Cada coisa que acontecia ela recitava um ditado ... Comecei a catalogar, mas minha tia, que é doutoura em Língua Portuguesa me aconselhou a não divulgar em razão deles serem muito antigos e hoje poderiam ser mal interpretados.
Forte abraço
Boa tarde! Adorei o relato, gostaria de conhecer os ditados antigos, mesmo que hoje tenham outro significado. Grande abraço
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