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Mostrando postagens de novembro, 2021

Desde que faça sentido

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  Estou meio que me sentindo igual a um buraco branco.  O buraco negro é aquele que suga tudo. Tipo eu quase toda a vida, esponjinha empática que sou. Em nova versão pós pandemia estou me treinando para não captar tanto. Confesso que passo pela fase do expelir quase tudo. Tipo a teoria do buraco branco, captou? Pois é, nem eu. Nem importa porque nem escrever direito estou conseguindo. As palavras custam e nem é falta de leitura. As vezes desconfio que os neurônios e sinapses estão implodindo, herança do DNA familiar. Outras que a solidão do ficar consigo tanto tempo tenha afetado ainda mais a minha pouca disposição da convivência. Tentarei um velho novo caminho de ser mais organizada comigo. Pró ativa era o jargão dos tempos da qualidade total. Lembram, quando a gente aprendia a fazer e rastrear muito bem algo, mesmo que fosse uma bela porcaria? Mas a tal da pró atividade é uma coisa bacana porque instiga a gente a não ficar esperando que a vida leve a gente e resgatar a velha máxima q

Bonequinha de lixo e qual é mesmo o papel da mulher?

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  "em que espelho ficou perdida a minha face?" Cecília Meireles "Quem és? Perguntei ao desejo. Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada." Hilda Hilst Não a toa reuni uma série de leituras das décadas de 70/80 com o recente livro da escritora gaúcha Helena Terra. Mais tarde lhe digo o porquê. Bonequinha de lixo me enganou. Comecei a ler o livrinho com aquela malemolência que as frases, aparentemente leves, me indicavam ser uma leitura amena sobre o universo de uma menina com suas descobertas de mundo. Nada mais enganoso.  O livro é breve mas nada tem de superficial. Me senti como mergulhando em um jogo de relações (usando a expressão que Leonardo Boff usa para o universo) em que existe um crescente de percepções, vistos pelo olhar, ora inocente, ora irônico de uma guria que se percebe em um emaranhado de vivências, contradições e complexidades. Denso.  Um buraco negro que capta as nuances das relações que, não apenas envolvem a protagonista e sua família, mas enredam

Bondade e Gentileza

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  "Somos todos irmãos" Aracy de Carvalho Guimarães Rosa Essa resposta da mulher, chefe de passaporte do consulado brasileiro em Hamburgo na Alemanha nazista antes do Brasil entrar na Guerra ao lado dos Aliados, sobre o fato de ter ajudado vários judeus a virem para o Brasil, nos mostra como o ser humano pode ser bom. Para conhecer mais essa história há um documentário no you tube chamado Esse viver ninguém me tira .  Bondade e gentileza sempre foram atos normais do nosso cotidiano familiar. Agradecer, ser solícito e pedir por favor eram requisitos mínimos de nossa convivência diária. Mas pensando no Dia Mundial da Bondade , comemorado em 13 de novembro, não posso deixar de considerar que a bondade vai mais além de apenas saber conviver com harmonia. Bondade do coração é fazer o certo mesmo quando tudo nos tolhe.  É muito fácil apelar às desculpas de praxe: não fui eu quem fez as leis, apenas segui ordens, não sabia ou fiz que não, posso correr risco se não obedecer. Mas há mo

3 filmes que vi na TV (sem spoiler no texto mas só leia os links no final)

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Entre sofrências e reflexões sobre a finitude, passei o fim de semana precisando de amenidades. Ou quase. Desde 2005 vivo entre hospitais, médicos, remédios e cuidados com meus amados. Como não posso largar tudo e fugir um pouco para viver a vida intensamente, a vivo internamente. E meu coração e mente me diziam: hora dos filmes natalinos. Confesso. Não enfeito mais a casa como antigamente, fui deixando pouco a pouco as árvores e bolas para as páginas do meu outro blog, o Arquitetando Ideias , aquele que criei em 2004 para guardar minhas pesquisas. Obviamente nunca registrei o domínio. Acho que sempre usei a internet para me divertir e não como um negócio de vida. Mea culpa. Mas amo filmes de Natal. Quanto mais açucarados, melhor. Eles sempre vão acabar bem, com algumas lágrimas e com os malvados se arrependendo e/ou sofrendo as consequências. Bem como devia ser na vida real. Então o Match surpresa me apareceu nas indicações. Uma história atual onde uma jovem jornalista, cansada de en

Apesar de vocês mantenho meus afetos

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Acordo necessidades de afeto.  Leio que dengo é encontro e penso em escrever sobre. Nas pesquisas que sempre faço encontro um texto magnifico que diz tudo e deixo aqui com vocês: A palavra não é amor, é dengo . E nada mais me resta a falar sobre dengo. Apenas, quem sabe, sentir. Ou tentar, do meu modo. Acordo sozinhez. Noite de pequeno acordar me leva à passeios estranhos onde seres esperam que alguém que já morreu há duas décadas apareça para ungir o candidato dos seus sonhos. Esses e os que acreditam na Terra Plana. Esses e os que acreditam em mitos que os tiranizem governem e possam ser os seres bonzinhos que dizem amém e seguem as regras impostas, sem  questionar. Daqueles que acreditam que caridade é mais saudável que inclusão social porque essa última incomoda e a primeira faz bem ao ego. Acordo saudades. Converso com amigas queridas que pouco conheço na vida real, mas que sei de profundas conexões de carinho. Carinho é força propulsora que quebra barreiras, faz bem ao coração

As saudades e os sinais que a vida dá

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  A saudade que tenho, e mora em mim, revela que a ausência dos que já se foram sempre persiste.  Não existe essa baboseira moderna de tempo de luto definido em calendário. Luto é o tempo do coração sentir a falta. Pode ser mais pesado e dolorido no início. Pode ser mais suave e melancólico em dias assim em que as lágrimas teimam em correr, em um misto de saudades de alguém, ou muitos.   Pessoas que amamos nos marcam. Vivas ou já mortas. Deixam sutis detalhes que voltam em nós em forma de aprendizado. Nesse momento ouço canto de pássaros em piruetas de primavera. E sinto falta.   Leio em uma rede dessas da vida que existe uma loucura santa em cada mulher e que o universo age por sinais, nem sempre reconhecíveis. Sabedoria das amigas que se transformam em mestras a apontar caminhos. Este mês tive um sonho muito interessante. Passava de carro procurando uma casa, que devia ser familiar, mas não. Olhava a todas procurando um sinal e nada. De repente... De repente a olhei e lá estava. Era