Desde que faça sentido
Estou meio que me sentindo igual a um buraco branco.
O buraco negro é aquele que suga tudo. Tipo eu quase toda a vida, esponjinha empática que sou. Em nova versão pós pandemia estou me treinando para não captar tanto. Confesso que passo pela fase do expelir quase tudo. Tipo a teoria do buraco branco, captou? Pois é, nem eu.
Nem importa porque nem escrever direito estou conseguindo. As palavras custam e nem é falta de leitura. As vezes desconfio que os neurônios e sinapses estão implodindo, herança do DNA familiar. Outras que a solidão do ficar consigo tanto tempo tenha afetado ainda mais a minha pouca disposição da convivência.
Tentarei um velho novo caminho de ser mais organizada comigo. Pró ativa era o jargão dos tempos da qualidade total. Lembram, quando a gente aprendia a fazer e rastrear muito bem algo, mesmo que fosse uma bela porcaria? Mas a tal da pró atividade é uma coisa bacana porque instiga a gente a não ficar esperando que a vida leve a gente e resgatar a velha máxima que "quem sabe faz a hora, não espera acontecer".
Muito signo do fogo que sou, permeada pelo ar da lua, me torno ígnea muitas vezes e acabo me tostando lindamente. Mas por sorte, experiência e aprendizado familiar, também sou observadora (de mim mesma, inclusive) e tenho uma boa capacidade de disciplina. Desde que faça sentido.
Desde que faça sentido é o meu lema de vida.
Tudo flui, desde que faça sentido. Amo, perdoo, interajo, desde que faça sentido.
O fazer sentido é interno. É quando mente e coração fluem. Acho que também pode ser chamado de coerência interna. Honestidade comigo mesma.
Então meu buraco branco está refluindo, não tudo, mas o que não faz sentido. Não mais. Nem nunca. Ou já fez. Passado.
Enquanto traço esses caminhos, rotas esquecidas, agora mais delineadas, tomo água. Escuto e aprendo. Deixo de sobreviver para enfim viver novamente.
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