Mergulhos

 Quantos momentos insanos

- resolvidos ou não -

abriram fagulhas de solidões

-tão eternas-

escondidas em couraças de medos

- atrozes/ancestrais -

A vida fugia / ela via

as portas abertas

fechava

porque latiam feito cães enfurecidos.


As dores que moravam em sua alma eram eternas companheiras de lares antigos 

Doía

Ela não queria ver

Se arrebentasse as trancas

a corrente afogaria


Andei pelo mundo. 

Vi planícies e meus pés rotos caminharam em círculos.

Sem destino

A vida foi me levando em sua algibeira de couro e ouro.

Andei pelo mundo e vi sorrisos e lágrimas.

Senti ódios e amarguras.

Repositórios de olhares. 

Sábios alguns

Tolos muitos

Corri montanhas/respirei agruras

Vivi pouco. Mas muito


Se me fosse deste mundo

Agora

Não deixaria rastros

Meus pés percorreram areias e águas

Mergulhei


Tinha feitos de mangaba
Cheirava doce e amarga
feito limonada sem açúcar
que vira chocalho de gente moça
Perdição de alma trancada

Tinha olhos de mormaço
de dia quente
malemolente
secura de vida e servidão

Tinha penas de escravidão
a que nunca vivi
a que me foi contada/narrada
sofrida pela gente que me embalava
tinha dores e alegrias de todos
os que vieram antes 



 

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