Entre o Silêncio e a Multidão
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“ de quem é o olhar que espreita por meus olhos?” Fernando Pessoa – A múmia O amor precisa para viver de emoção diz a música que escuto. Em tempos de vivência sozinha literal, preciso de sons que me liguem ao mundo para que não voe na imensidão das viagens internas. Dizem por aí que a gente ronda o que mais teme. Nunca gostei do morar só. O abrir a porta e não ter ninguém com quem falar. O guardar as emoções ou angústias dentro de mim. Ou até os fatos que leio e vivencio. Temo que vá me tornar aquela velhinha que entope os ouvidos alheios quando acha um disposta a ouvir. Temo várias coisas. A principal delas é desconhecer quem é este meu olhar da maturidade. Essa eu que encara certezas antigas como supérfluas, mas que ainda tem saudades daquela menina que gritava opiniões com a convicção dos temerários. Essa eu de hoje é muito mais calada embora mais falante. É menos convicta, embora externe mais palavras. Talvez isso seja a maturidade enfim. E não apenas os cabelos grisalhos