O colinho
Tem aqueles dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente, ou foi o mundo inteiro que parou…ouço a música ressoando em mim, nem sabendo se lembro direito a letra ou ela se confunde com um sentimento de melancolia. Nesses dias de tudo cinza em que nem a mais vibrante mentalidade otimista consegue vislumbrar um traço de energia, é bom se lembrar de coisas que nos fazem bem. Nos dêem amparo, uma sensação de colo. Quando fazia biodança, há muitos anos atrás, se chamava dar continente este afago de afeto que traz o outro e acolhe em seus braços. Sem nem me dar conta, ou talvez dando, eu me fiz continente nestes dias cinzentos que passei faz pouco. Tinha um pote de feijão congelado no congelador. Feijão congelado dando continente e colo? Sim, porque do feijão, fiz uma sopa, do jeitinho que a mãe fazia quando eu era pequena. Nos dias frios de inverno, na casa lá de cima do morro onde morávamos em Novo Hamburgo, naquela época em que eu era chata para