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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Procurando palavras

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Todo ano gosto de eleger uma palavra para me nortear no ano que começa. Não é como uma resolução de fim de ano, não me sinto na obrigação de segui-la ao pé da letra. Aliás isto de seguir gurus ou ideias não faz parte de minha vida. Sigo o coração. E olhe lá. Mas a palavra escolhida serve meio de norte, um rumo que parece entrar dentro de mim. Essas palavras foram aparecendo. Não precisava procurar muito, elas pareciam estar ali na esquina me esperando. Já passei pela desvirtualização , pelo desapego , pelo reciclar-me , pela renovação . Mas e agora, qual palavra escolher ? Tantas necessárias. Tanto rumo a percorrer. Tanto a me encontrar. Só sei que nada sei se torna cada vez mais constante. Parece que os anos me vão derrubando certezas e convicções.   Me vejo mais expectadora. Fui brincar de procurar e achei esta palavra em um teste da web. Fascinação. Tudo o que ando precisando sentir. Por algo, pela vida, por mim.   fas·ci·na·ção  (francês fascination,

Ítacas e o balanço das ondas do tempo

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De certa maneira somos todos Ulisses em procura do lar perdido. As reflexões da meia idade se avolumam nesta época do ano em que as ondas do tempo parecem chegar a um porto, mesmo que por poucos minutos. Chegar a um porto nos remete à velha ideia de volta à segurança. Aquela mesma que um dia tivemos no útero materno, no colo da mãe, na mão do pai que ampara. No momento em respiramos por nós, damos os primeiros passos em o auxílio alheio, partimos em uma viagem sem volta. E quando em algum momento do caminho sentimos uma angústia infinda, sentimos saudades de nossa Ítaca. Mas, não apresses a viagem nunca. Melhor muitos anos levares de jornada E fundeares na ilha velho enfim. Rico de quanto ganhaste no caminho Sem esperar riquezas que Ítaca te desse. Uma bela viagem deu-te Ítaca. Sem ela não te ponhas a caminho. Mais do que isso não lhe cumpre dar-te. Ítaca não te iludiu Se a achas pobre. Tu te tornaste sábio, um homem de experiência. E, agora, sabes

Na música me perco e me revelo

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Também fico sentimental essa época de fim de ano. (Na verdade sou sempre sentimental, agora fico mais piegas, se é que isso é possível).  Ontem mesmo chorei litros em um filme na TV. A Luz entre Oceanos. Um baita de um drama, mas o que me pegou? As sutilezas. Tudo o que não era dito explicitamente mas gritava no seu silêncio. Nasci para as sutilezas. Para o imponderável. Para o que não se revela sem um desvelo. E na mesma noite falando de músicas que marcaram a vida me dou conta que as relações são feitas de detalhes que as vezes/tantas passam desapercebidos. Assim como nos revelamos nas escolhas das pessoas que admiramos, no como tratamos quem não nos pode dar algo ou nas pequenas gentilezas do dia a dia, as letras das músicas que nos marcam falam mais de nossos sentimentos que muitas e exaustivas conversas sobre a relação . Na música me perco e me revelo. E te conheço. E me deixo conhecer. Não é a toa que existia um programa que fazia sucesso chamado as músicas que fiz

Quando falta a paciência

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Paciência.  Eta palavrinha complicada de administrar na pratica. Como boa ariana que era, esperas e rotinas nunca foram seu forte. Gostava da novidade, das descobertas e da liberdade. Fora justamente para não perder essa maravilhosa sensação de fazer o que bem lhe aprouvesse que balisara suas escolhas de vida. Nenhum cabresto. Nenhuma amarra. Nenhum Porto. Mas qual o que, a vida lhe trouxera prisões.  Pensando bem, todas as âncoras foram escolhas de vida. O que nos acontece que não o é?  No começo curtiu. Era mil cuidados. Era mil energias. Era mais que podia. Foi cansando. Não era só cansaço de corpo. Esse a gente tira férias e resolve. Não, era cansaço dos que sabem não ter saída. Nada ia mudar. Nunca. Todos os dias a mesma rotina. As mesmas perguntas cujas respostas eram no início cheias de carinho. E depois de irritação.  Todos os dias corriam sem retorno em busca de coisa nenhuma. O relógio corria, a vida passava e ela apenas ruminava.  Deixou de ter sonhos. Deixou de se cuidar.