Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2024

A escritora e a arquiteta

Imagem
Um passeio pela escrita intimista que aborda temas como amadurecimento e a maturidade. Como se alia a arquitetura e o escrever na autora Elenara Stein Leitão. Análise feita pela IA (NotebookLM) https://open.spotify.com/episode/7IsKngMpaAfalwjlSd4rAA?si=xMKlnI65TIeurQJ6MkPreg

Quem disse que velho não sabe lidar com o novo?

Imagem
"Tenho receio de desses bichos modernos" me diz um amigo, se referindo ao uso das IAs, como são popularmente chamadas as Inteligências Artificiais.  Outros ainda batem o pé e, embora se aventurem, gritam contra. Eu também critico bastante. Mas uso muito. Experimento várias, de várias maneiras.  Sempre gostei de tecnologias e de novidades. Puxei ao meu pai que sempre dava um jeito de ter as últimas invenções. Tínhamos controle remoto na TV nos anos sessenta. Tudo bem que era ligado por um fio físico à TV, mas era motivo de disputa para quem manejava o bicho. Lembro que, naquela época, eu o ouvia, fascinada, dizer que um dia iriamos nos falar ao telefone nos vendo.  E lembro também da alegria dele quando, já depois dos 80 anos, o coloquei no computador para falar em uma live com o irmão que morava no interior. Então tecnologia para mim é descoberta. É ferramenta de aprimoramento e rapidez. Nem consigo imaginar como fiz uma faculdade de arquitetura sem programas CAD. Varava noit

Cordas cósmicas, Viagens no tempo e o Chatinho

Imagem
Acordei na madrugada. Aquela hora em que a mente divaga e, por mais que os olhos se abram, metade da mente permanece em estado de sonhos. Ato contínuo, me conectei na rede e fiquei de dedo flutuante em busca de novidade. Uma notícia chamou minha atenção: Físicos acreditam ter descoberto a chave para viagens no tempo Explico. Sempre fui fascinada por todo tipo de literatura e filmes que tratam do tema. Ao mesmo tempo, também sou atraída por história e a pesquisa do passado. E ao mesmo tempo sempre tive olhares para o futuro, as estrelas e a conquista do universo. Fui ler a matéria e confesso que não estava com a mente ligada, então posso não ter entendido direito. Vou resumir o que extrai: Os cientistas estão estudando as chamadas cordas cósmicas. O que seriam? Tipo uns fios invisíveis super pesados espalhados pelo universo. Ninguém nunca viu, mas sempre tem um pesquisador atento e estes acreditam que essas cordas podem ser a chave pra gente viajar no tempo. Tipo, se duas dessas

Coisas da Arca da Velha - Celebrando a Maturidade e os Tesouros da Vida

Imagem
Coisas da Arca da Velha não é apenas um livro. É uma conversa íntima, uma mão estendida que nos convida a explorar os pequenos grandes tesouros acumulados ao longo de uma vida. Escrito por Regina Freitas Silveira, esta obra é um hino à maturidade feminina, um resgate das memórias, reflexões e histórias que habitam cada mulher que viveu intensamente. Logo ao abrir suas páginas, somos recebidos por uma arca repleta de versos, narrativas e reflexões que parecem falar diretamente ao coração. A proposta da autora é clara: transformar experiências de vida em poesia e convidar suas leitoras a fazerem o mesmo. Com uma estrutura fluida e sem regras rígidas, o livro incentiva o leitor a mergulhar nos textos de maneira intuitiva, como quem vasculha um baú antigo e encontra relíquias inesperadas. Regina escreve com uma linguagem que é ao mesmo tempo poética e acolhedora, trazendo humor e sensibilidade para temas complexos como o envelhecimento, a perda e a autodescoberta. A arca que ela nos apre

Enchente: Uma coletânea em prosa e verso — Uma reflexão poética sobre dor, esperança e resiliência

Imagem
Quando as águas invadem, arrastam mais do que casas e bens materiais. Elas levam memórias, sonhos e, em muitos casos, a segurança emocional das pessoas. Mas, paradoxalmente, também deixam marcas de solidariedade, resiliência e uma vontade inabalável de reconstruir. É exatamente essa dualidade — o dilúvio físico e emocional — que "Enchente: Uma coletânea em prosa e verso", da Editora Bestiário, captura de forma magistral. Com uma linguagem ora poética, ora visceral, esta obra é mais do que uma homenagem à tragédia das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. Ela é uma carta aberta às dores da humanidade e um grito de alerta contra o descaso que permitiu que essas águas se tornassem tão avassaladoras. Em cada conto, crônica e poema, os autores dão vida a um mosaico de sentimentos e reflexões. Alguns textos mergulham na devastação: as águas invadindo espaços íntimos, transformando o cotidiano em ruínas. Outros exploram as histórias de resistência, as mãos que se est

Os choques

Imagem
  Enquanto iam para casa, ela notou que seu pai, cuja mão segurava, caminhava de passos trôpegos, o paralelepido da rua na então quase deserta praia de Xangri-la no litoral gaúcho, machucava seus pés. Ela era a filha caçula, devia ter uns cinco ou seis anos. Era um dia ventoso. Novembro. A sua família tinha ido passar o aniversário de casamento de seus pais na praia. A pequena casa de madeira mal dava para abrigar tanta gente. Lembra que sua mãe tinha feito um maiô diferente para ela. Naquela época se faziam essas coisas em casa. O mundo não era nem tecnológico, nem era tão fácil adquirir coisas. Havia muitas lojas de tecidos e costureiras. As roupas mais finas, os vestidos de baile de sua irmã, eram às vezes feitos por essas modistas que eram famosas na cidade onde moravam. Mas muitos eram feitos pela sua mãe. Quando perguntavam sobre a sua profissão, ela dizia doméstica com alguma vergonha. Nunca tinham deixado que trabalhasse fora. Não era de bom tom que jovens, que não precisassem

Está tudo bem!

Imagem
Caminho no parque em um dia ensolarado. Passo pelo Capitão América, de  escudo no braço, passo triste de quem não consegue vencer todos os compromissos.  A mochila nas costas, mal ajeitada, não me diz se o mundo será salvo. Duas amigas  param no sinal, debatendo sobre a grave situação educacional. Como a sinaleira  fica verde, perco alguma possível solução. A mulher de voz enrolada e ar  desgrenhado de quem mora nas ruas, pede um favor porque, segundo ela, hoje é  seu aniversário. A vizinha de 90 anos atravessa a rua deserta em um domingo pela  manhã. Penso que não tenho a sua coragem de usar bolsa em uma cidade cada dia  mais perigosa. Para mulheres, pessoas idosas e quem mais não se enquadre na  sociedade. Recortes de vidas. Quantos destes momentos nos marcam de formas tão intensas. Os que vemos, os que participamos. A vida também é feita desses pequenos retalhos “sobre tudo o que nos interessa, nos comove, nos impressiona, nos horroriza” como tão bem descreve Vera Ione Molina sobre