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Mostrando postagens de março, 2020

Como sobreviver sem surtar no isolamento

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Mais de uma semana em isolamento total dentro de casa. Imposto legalmente pela prefeitura da minha cidade. Como trabalhar com isso de forma construtiva? Não é muito fácil. Até para mim, que sou absurdamente caseira, ter a sensação que não posso sair, que alguém pode me parar e me aplicar uma multa, se não estiver dentro das saídas legais é completamente opressor. Mas fazer o que?  Administrar. Como faço isso? Primeiro : eu sei porque estou em isolamento. Preciso proteger minha mãe que tem 94 anos e é cardíaca. Quem ama cuida. Seja seus pais, avós, tios, amigos. Seja pessoas que nem se conhece, mas que se respeita. Seja médicos e equipes da saúde que estão trabalhando para conter a pandemia. Ter uma razão é o primeiro passo para enfrentar desafios. Seja em épocas de crise, seja em épocas de conquistas. Abri mão de muita coisa quando estudava porque queria me formar. Abri mão de guloseimas quando decidi ter uma alimentação saudável. Tudo na vida se resume a um equilíbrio - um

Sonhos impossíveis no reino de Alice

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"Ora, às vezes acredito em seis coisas impossíveis antes do café da manhã." - Alice no Pais das Maravilha s Mesmo   eu que tenho fobia social, fico inquieta com a quarentena voluntária. Não vou deixa-la. Só em casos absolutamente indispensáveis. Até porque estou dentro do chamado grupo de risco (hipertensa, mais de 60 anos). O sono tem sido escasso há uma semana. Não consigo me concentrar. Nem ler. Minha caixa postal entupida de informações. Umas relevantes. Outras com a profundidade do parâmetro pânico ou com a passividade dos incautos. Temo. Temo pelas pessoas que amo que são bem mais velhas. Pelas pessoas que amo que tem problemas de imunidade. Temo pelas pessoas que desconheço pelas mesmas razões.  Temo pelas pessoas que não podem guardar quarentena. E pelas que trabalham nos salvando. Temo. E sei que este temor se ficar muito grande acaba por abalar minha imunidade. Então vou ter que trabalhar a mente. Não apenas tentando ler, ver film

Qual a sua prioridade?

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Dias insanos que não lembro de ter vivido antes. Os dias em que a terra está parando como já cantava Raul Seixas e como meus pesadelos infantis. Ruas vazias em grandes cidades, suspensão de atividades, precaução para que um vírus não se espalhe. Imagine se os povos da América pudessem ter feito isso quando os europeus chegaram com suas doenças, novas para eles, que acabaram por matar os mais jovens e valorosos guerreiros...agora o perigo é para os mais velhos. Notícias alarmantes falam de prioridades para atendimento nos países mais atingidos. Mais de 65 anos já não recebem tratamento. Onde fica a realidade onde entra o exagero, não sei. Mas cautela e canja de galinha nunca são demais, já diziam nossas muito sábias avós.  Até onde sei (e não sou especialista, mas apenas leiga que teme e se preocupa) a prevenção ajuda a não sobrecarregar o pico da epidemia (pandemia, na verdade). Lavar as mãos, evitar aglomerações, cuidar para que os mais vulneráveis não sejam atingidos. Mu

Derrubando convicções pessoais

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Muito tempo afirmei com total convicção que na minha família todos tínhamos nascido em datas especiais.  Minha irmã no Carnaval, o que justificaria sua imensa alegria. E também no dia do aniversário de meu pai.  Meu irmão, no dia das mães, o que seria uma explicação interna para a preferência que minha mãe sempre demonstrou por ele. E eu, numa sexta feira santa. Não sei no que isso me afetaria, talvez justificasse uma certa vocação para mártir... Não contente com isso, eu ainda afirmava em alto e bom som que não apenas tinha nascido em uma sexta feira santa, como meu primeiro aniversário tinha caído em um domingo de Pascoa. Tenho fotos com o bolo, um imenso coelhinho, para comprovar.  Recentemente fui pesquisar datas para um c onto que se passava no futuro e tive a  curiosidade de também checar as nossas datas especiais de família. Para minha surpresa, o carnaval não caiu na data de aniversário de meu pai no ano que  minha irmã nasceu e nem eu nasci na tal sexta feira sa