Quando o palco desilumina
Uma vez, muito tempo atrás, alguém me disse ser como a Purpurina, música de Jerônimo Jardim que venceu o Festival Mpb Shell em 1981. Quem era dessa época lembra da Lucinha Lins cantando debaixo de uma vaia estrondosa porque o público gostava mais de outra canção. A letra não era feia não, ao contrário, falava de quereres. Se você pensa que vai me seduzir, Se você pensa que vai me arrepiar Pode ser, mas eu sou feito purpurina Se uma luz não ilumina Não há jeito de brilhar E é bem isso. De repente, não mais que de repente, um quê nos ilumina, nos acende, nos faz maiores e melhores e feito purpurina acabamos por brilhar. Às vezes esse brilho perdura, a gente vira lâmpada, vira planeta, adquira luz própria. Deixa de ser satélite e se sente amado. Mas também pode que o brilho seja efêmero. Que não perdure...e que a gente sinta que as luzes se apagam. Às vezes em pleno espetáculo. Se você só chega por chegar N enhuma lanterna no olhar Nosso show n