3 filmes que vi na TV (sem spoiler no texto mas só leia os links no final)
Entre sofrências e reflexões sobre a finitude, passei o fim de semana precisando de amenidades. Ou quase. Desde 2005 vivo entre hospitais, médicos, remédios e cuidados com meus amados. Como não posso largar tudo e fugir um pouco para viver a vida intensamente, a vivo internamente. E meu coração e mente me diziam: hora dos filmes natalinos.
Confesso. Não enfeito mais a casa como antigamente, fui deixando pouco a pouco as árvores e bolas para as páginas do meu outro blog, o Arquitetando Ideias, aquele que criei em 2004 para guardar minhas pesquisas. Obviamente nunca registrei o domínio. Acho que sempre usei a internet para me divertir e não como um negócio de vida. Mea culpa. Mas amo filmes de Natal. Quanto mais açucarados, melhor. Eles sempre vão acabar bem, com algumas lágrimas e com os malvados se arrependendo e/ou sofrendo as consequências. Bem como devia ser na vida real.
Então o Match surpresa me apareceu nas indicações. Uma história atual onde uma jovem jornalista, cansada de encontros via aplicativo que sempre terminam mal, encontra um príncipe perfeito que mora do outro lado do país. Pega a sua carruagem encantada (um avião, nos tempos de hoje) e faz uma surpresa para o amado. Mas quem se surpreende é ela. Um filme bonitinho que mexe com as expectativas da gente sobre as aparências e como nos fazemos mais dentro dos padrões esperados nas redes e web. Nada genial, mas agradável para uma tarde mordacenta de sábado.
Como nem tudo na vida são rosas, a noite nos reserva um caso mais espinhento. Um crime que parece já solucionado com um culpado obvio. Uma vítima muito legal que não merecia aquele fim. Um advogado imigrante em país europeu que tenta fazer um trabalho honesto. Mas nem tudo parece ser tão simples. O Caso Collini não é um filme que mereça um Oscar (tá, muitos dos que receberam também não mereciam). Mas é um filme honesto, como o advogado e nos leva a refletir sobre memórias e conveniências. E ainda temos o eterno galã Franco Nero vivendo um papel cheio de sofrimento.
Terminei o domingo com Os Amores de Picasso. Picasso e seus rabiscos mas Picasso e sua genialidade. Guardo dele especialmente a seguinte experiência:
"...Gosto desse encaminhamento meio mágico que te leva ao ambiente maior. Me lembro dois exemplos que me marcaram sobre isso: a entrada da Catedral em Brasilia onde um corredor escuro te leva ao interior cheio de luminosidade, e o antigo lugar onde era exposta Guernica de Picasso, que me proporcionou uma das maiores experiências sensoriais em arte. Adentrar por aquele local escuro, negro, com rascunhos da obra e chegar ao salão todo negro onde ao fundo repousava o quadro iluminado. Sem turistas(!), apenas uma mulher, sentada qual uma índia, aquele ambiente era quase sagrado. E saber que eu estava vendo a Guernica em Madrid, significava que a Espanha era enfim uma democracia. Tudo isso me emocionou muito e guardo essa imagem aqui dentro de mim como um dos momentos mais bonitos de minha vida. (fonte)
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