Game over

Tem um tempo em que tudo se aclara
mesmo as trevas

Sabe aquele momento que você tem evitado faz anos achando que dá para administrar. Mas só que não.

De repente ele fica cristalino, feito relâmpago cortando os céus na escuridão? Não dá para não ver? Pois é, tempo de game over. Ou se dá , ou se desce.

Desci.

Quantas vezes passamos por isso na vida. 

Momentos em que o amor próprio fala mais alto. Em que não dá mais para segurar. Em que não vale a pena a relação custo-benefício.

Chegou. Basta. Fim.

Game over.

Fim de jogo.

C'est fini.

Lindo em francês. Este idioma que sempre tem a capacidade de tornar tudo mais suave. Mesmo as guilhotinas da vida. 

Não sei vocês, mas eu tenho um problema em relação a terminar coisas. Abrir mão. Mesmo que não mais significativas. Talvez meu sentimento de ser responsável por tudo. Por todos. Menos por mim.

Os tempos de madureza são cruéis. Carecem de sutilezas. Às vezes necessitam de durezas que nem sempre estamos preparados para ter. Eu não. 

Eu nunca.

Mas as vezes sim.

Quando a água me afoga.

Quando não faz mais sentido.

Quando a mão que se estende pára na subida.

Quando não faz mais sentido.

Quando o brilho no olhar e na prioridade de vida não é meu.

Hora de juntar os cacos e sair em frente.

Começar de novo. E contar comigo,

Como diz Ivan Lins, vai valer a pena ter amanhecido.    
   

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