Bailarina bamba
Tinha 5 anos e chorava.
Lágrimas silenciosas
guardadas no baú dos encantos/espantos.
Colos ora de apoio e carinho,
ora de brincadeiras safadas
despertavam breus que deviam ficar adormecidos.
Apenas expectava.
Corria/se escondia
achavam
O mundo lugar de sol e trevas
Andava feito bailarina bamba
no limiar de um abismo que teimava em se esconder.
Bailarina/boneca/marionete
Olhar profundo
alma angustiada
Sábia e silente
Aprendia a se proteger
se esconder
Nunca mais a acharam
Olhos cansados fecham
sem força.
Talvez a carga do mundo despencando
faça afinal a sua volta
derrubando convicções/defesas armadas sem reservas.
A vontade?
Pairar flutuando na imponderabilidade das nuvens.
Morar na nuvem à direita da nimbus.
Tempo é hoje,
o átimo,
o instante,
logo irá se dissolver.
Isso diziam os antigos.
Não acreditava.
O tempo é agora.
E é infinito.
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