Do ano que passou pela minha janela
Num dia de março deixei de sair
Mundo virou uma série apocalíptica e distópica
No início, solidariedade/aplausos nas janelas
Resiliência posta à prova
Cursos/lives/informação/
nunca a conexão fez tanto sentido
Aniversários em zoom/Casamentos vistos na tela
Fotos da janela/pés ao sol
Magnólias desabrochando na imaginação
Máscaras onde antes batom e sorrisos
Medo/medo/medo/medo
das ruas, do vírus, dos zumbis, da ignorância/
medo das pessoas que achava conhecer
Rotina se adaptando/liberdade é coisa de escolha
humanos que somos/somos?
De repente um ano/365 dias/
Horas, segundos, sensações.
Algumas de alívio, risadas e descoberta
Outras de angústia
O ano passou na minha janela
passei/passamos/aguardamos
Sorrimos/choramos/comemos/bebemos
Num dia de março se foi um ano
Quantos mais?
Massacre/incompetência/negacionismo
Hordas clamando por aglomerações
em meio a uma pandemia
Economia, bradam!
Espertos fossem, seguiriam os rumos da ciência
quem o fez, abre suas portas e volta a crescer
Quem nega, prejudica a si e aos outros
Lua/sol e nuvens se revezam em um mundo que não reconheço mais
Muito menos certas pessoas que o habitam
Um dia será história
tomara alguém compreenda o inaceitável
Explique a loucura coletiva
e as magnólias voltem a sorrir
Comentários
Postar um comentário