Das areias do tempo que marcam a poesia

 


Cabeça esmagada, 
tanta areia jogada
minutos correm
minutos galopam
tipo velocidade supersônica
Tempo é bicho ingrato
não perdoa
nem santos nem pecadores
nem a gente

Cabeça esmigalhada
feito bagaço de fruta chupada
cuspida no asfalto quente
daqueles que frita ovo
queima sola do pé
afasta poesias

Cabeça vazia
complexa mistura de repentes
Docemente cantadas
nos instantes fugidios
Senhora descoberta
sem mantos
sem encantos


Poetas socorrei-me
tragam a musicalidade das rimas simples
angustiantes 
das herméticas
labirínticas construções
do emaranhado de vida lambida

Amantes vinde!
Me amparem em sua paixão
ousadias e desejos
ardentes sílabas
rimadas de vontade de sincronia

Navegantes, abram seus mares
areias e tempestades
Balanço de cavalos marinhos
Ímpeto de tubarões
profundezas de mistérios
da alma Atlântica
do poeta português

Deusas e Deuses
Toquem-me com seus dons
Façam-me divina e mortal
acendam a centelha
que mistura afronta e medo
Tornem-me imortal 
em ousada desobediência

Sai de mim falta de inspiração
Deixa-me morna quietude das poucas palavras
Foge-me indiferença
Acendam-se as luzes 
Abram-se as cortinas
Revele-se o que tem de vir

Horas, minutos, segundos
Jogados na areia do deserto
dispersos em confusão
aleatória
Qual peças de lego amealhadas
formando protótipos de criações
esperando a mão harmônica
que vai uni-las
em chama ardente
de possibilidades

Areias de um tempo recém escrito
marcantes em rima
ausentes em trinos
cantantes em gemidos
amores esquecidos
Tempo que urge
passando a galope

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