Tributo aos que me criaram
Trago em mim o dna de minha gente
Os reconheço quando olho no espelho
nos pensamentos fugidios
nas quimeras que lançaram
Em cada um deles um traço
um reponte
uma magia
o pequeno elo de muitos olhares
amores tardios/precoces/inconfessos
das terras tedescas aos mares de açorianos
das indias deitadas com vontade ou sem
dos fados lusitanos
o céu ainda é azul para mim
que respiro deles a vida que se foi
mas no entanto perdura
Meus dedos lembram os dedos de meu pai
meu sorriso, o seu
agora que nos tornamos velhos e sábios
eu sempre mais sisuda que ele
eles sempre mais crianças que eu
Em cada pedaço de pele
uma mistura de raças e anseios
paridos em forma de vida
em cada pesquisa sobre os que me criaram
pais, avós, bisavós e teratataravós
um encontro comigo mesma
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