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Mostrando postagens com o rótulo livros

Coisas da Arca da Velha - Celebrando a Maturidade e os Tesouros da Vida

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Coisas da Arca da Velha não é apenas um livro. É uma conversa íntima, uma mão estendida que nos convida a explorar os pequenos grandes tesouros acumulados ao longo de uma vida. Escrito por Regina Freitas Silveira, esta obra é um hino à maturidade feminina, um resgate das memórias, reflexões e histórias que habitam cada mulher que viveu intensamente. Logo ao abrir suas páginas, somos recebidos por uma arca repleta de versos, narrativas e reflexões que parecem falar diretamente ao coração. A proposta da autora é clara: transformar experiências de vida em poesia e convidar suas leitoras a fazerem o mesmo. Com uma estrutura fluida e sem regras rígidas, o livro incentiva o leitor a mergulhar nos textos de maneira intuitiva, como quem vasculha um baú antigo e encontra relíquias inesperadas. Regina escreve com uma linguagem que é ao mesmo tempo poética e acolhedora, trazendo humor e sensibilidade para temas complexos como o envelhecimento, a perda e a autodescoberta. A arca que ela nos apre...

Está tudo bem!

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Caminho no parque em um dia ensolarado. Passo pelo Capitão América, de  escudo no braço, passo triste de quem não consegue vencer todos os compromissos.  A mochila nas costas, mal ajeitada, não me diz se o mundo será salvo. Duas amigas  param no sinal, debatendo sobre a grave situação educacional. Como a sinaleira  fica verde, perco alguma possível solução. A mulher de voz enrolada e ar  desgrenhado de quem mora nas ruas, pede um favor porque, segundo ela, hoje é  seu aniversário. A vizinha de 90 anos atravessa a rua deserta em um domingo pela  manhã. Penso que não tenho a sua coragem de usar bolsa em uma cidade cada dia  mais perigosa. Para mulheres, pessoas idosas e quem mais não se enquadre na  sociedade. Recortes de vidas. Quantos destes momentos nos marcam de formas tão intensas. Os que vemos, os que participamos. A vida também é feita desses pequenos retalhos “sobre tudo o que nos interessa, nos comove, nos impressiona, n...

Características da Poética de Elenara:

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  Aqui uma análise sobre alguns aspectos marcantes da poética de Elenara Stein Leitão. 1. Temática da Feminilidade e Introspecção: Vivências femininas: A poesia de Elenara se concentra fortemente nas experiências e reflexões de uma mulher madura navegando pelas diferentes fases da vida. Temas como amor, desejo, solidão, medo, passagem do tempo e a busca por autoconhecimento são recorrentes em seus versos. Em "Agruras Enluaradas", poemas como "Ela toda maresia", "Nós mulheres" e "Lilith" exploram a intensidade emocional, a sensualidade e os desafios enfrentados pelas mulheres. Já no blog "Elenara Elegante", textos como "Eterna equilibrista entre o real e a magia", "A busca pela resposta" e "Saindo do casulo" evidenciam a busca por sentido e a transformação pessoal em meio às adversidades da vida. Tom confessional e reflexivo: Seus poemas frequentemente assumem um tom confessional e intimista, convidando ...

carta a amores verdadeiros

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Imersa na releitura de Tudo por Amor de bell hooks me deparo com um trecho de uma carta não enviada para um dos seus amores verdadeiros. Vários sinais piscaram no meu cérebro e coração: cartas não enviadas, conheço e muito. São várias em minha vida, principalmente em um tempo onde a comunicação de sentimentos se escondia sob toneladas de proteções, muitas baseadas em achismos e carências. Amores verdadeiros é outro termo que demorei para entender o real significado. Confundia os amores possíveis com os verdadeiros. Confundia vontades minhas com a reciprocidade. Confundia defesa interna com falta de amor externo. Tantas confusões que marcaram minha vida e me fizeram também essa eu de agora. O trecho da carta de bell hooks dizia:      "Somos muito mais capazes de abraçar a perda de pessoas íntimas que amamos ou de amigos quando sabemos que demos a eles tudo o que podíamos – quando compartilhamos com eles o reconhecimento mútuo e o pertencimento no amor que a morte jamais po...

Mães paralelas e a distância entre nós

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Duas obras marcaram meu fim de semana calorento de fevereiro. Terminei o livro "A distância entre nós" da escritora Thrity Umrigar e vi o filme do Almodovar "Mães Paralelas". Gostei dos dois. Não os classificaria de obras primas, mas me tocaram de diferentes formas. Mas eles se tocam um aspecto bastante gritante. As mulheres.  Mulheres que vivem como dá, independente de sua situação social, onde as circunstâncias culturais as tornam iguais em muitos pontos, embora gritantemente diferente em todos os outros. E homens fracos e/ou ausentes por também circunstâncias culturais que os tornam figuras horrendamente coadjuvantes. Alguns por motivos externos, de lutas sociais. Outros por aceitarem seguir papeis que os tornam assim, violentos e abjetos. Duas mulheres nascidas em uma Índia com um sistema de castas que separa os destinos desde o berço. Não muito diferente de nossa realidade em que a origem social define papéis desde muito cedo, se sucedendo por gerações onde pou...

Fui ver a Lua

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A Lua me fascina, eu que sou solar desde sempre. A ambiguidade entre a escuridão envolvente me carrega de viagens ao mistério. A poesia me envolve. Não é minha praia mais confortável, mas é nela que me encontro nos momentos mais intensos e é ela que me recarrega de energias de vida. A Eliana Ada me conquistou desde muito. Amiga dos tempos dos encontros de gateiras nos fotologs da vida, é dessas pessoas que ainda não conheço pessoalmente, mas que me mandou cartões a mão em plena era digital. É intensa e poeta. Militante e artesã. Amante dos animais e lutadora pelas causas sociais. Ambas amantes da lua. Nesse seu livro de poesias, encontro a vida através da Lua. São poemas de garra, são reflexões cotidianas, são pulsões de vida regidas pela dama prateada das noites e dias em que vivemos nossas vidas neste planeta terceiro que gira ao redor do sol.      Poesia para mim tem momento e ritual. Não é leitura de todo dia. E a cada vez que a leio, sinto de um jeito diferente. Tipo...

Longe de mim e fora dos trilhos

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Escrevendo para fazer sentido, Lindevania Martins, transcende seu mundo e descreve o universo feminino com uma mistura de crueza e poesia. Desde sempre seus escritos me cativam pela musicalidade das palavras. Com Longe de Mim , um conto que participa de uma coleção Brasil/Argentina e Fora dos Trilhos , poesia do mulherio das letras, não é diferente. Ela transita entre a prosa e os poemas com a delicadeza das mulheres que se constroem com firmeza e doçura. Fora dos Trilhos   Um livrinho. Não Um livro que traz densidade Das pílulas de memória para épocas de desamor às microssagas microfônicas que brincam com as palavras iniciadas com a mesma letra "dos fantasmas que matei  não guardo remorsos uma ou outra faca e nada mais"   Da poesia da Lindevania, mulher maranhense  atuante, defensora, escritora não se espere a rima fácil nem a candura da feminilidade clichê Ela nos oferece armas lutas escaramuças paixão feito carne e ...

Os livros que li

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Rodeada de livros. Diria que minha vida poderia ser definida desse modo. Desde pequena rodeada de livros. Os mais diversos assuntos. Contos de fadas, universos de outras terras. Rainha do gelo. Lindas princesas meninas chinesas, Diliki Doliki Diná que acenava com outras realidades. Minha vida foi generosamente regada com imagens que se descortinavam dentro de mim. Nunca me foi negada a oportunidade de buscar e saber mais. Ao contrário. Isso foi fomentado desde sempre. O pensar, o contraditório, o debate qualificado que tinha que ter argumentos sólidos e razoáveis. Minha maior herança. Os livros que li me abriram perguntas desde sempre. O universo é finito? Se o é, onde os limites? Se não, como conceber a amplidão do que não tem fim? A História como aprendizado aconteceu assim ou assado? As manchetes de jornais mostram de maneira diversa o mesmo assunto. Isso eram dúvidas e debates desde pequena. Assim era minha casa. Cheia de mentes arejadas. Gente de bem, trabalhadores e que...

Pensamento flexível, a chuva e o olhar

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Meu pensar anda rastreando entre o passado das séries que mostram viagens no tempo às recentes descobertas de como o cérebro funciona e como interage entre seus lados esquerdo e direito. Acabei de ler o Elástico, livro de Leonard Mlodinow e sobre "como o pensamento flexível pode mudar nossas vidas". Assim dito parece mais um livro de auto ajuda. E não colocaria minha mão no fogo que não é. Acostumada a ler sobre criatividade e vivendo no Brasil que entrava e saía de crises com mais frequência que hoje se impicha presidentes, ai de quem não tivesse jogo de cintura. Havia até um dito popular de que os executivos brasileiros eram altamente valorizados no mundo exatamente porque pensavam fora da caixa. Ou a popular maneira de dar um jeito de fazer acontecer. E sobre isso tem uma frase deliciosa no livro, que teria sido dita pela mãe do autor e que, se nada mais tivesse de bom, já teria valido a pena a leitura:  "Quando existe vontade, sempre se dá um jeito"   ...

Nenhum espelho reflete seu rosto - indicação de livro

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Uma leitura inquietante. Não pela escrita que é absolutamente leve e de fácil leitura, mas pelo assunto que mexe com aquele sentimento mais caro à maioria dos seres humanos: confiança.  A história de Nenhum espelho reflete seu rosto , romance de Rosângela Vieira Rocha , passa em um ambiente muito conhecido de todos nós: as redes sociais e o seu aparente meio de facilitar conhecimentos. A protagonista é uma mulher madura, profissional criativa e realizada. Uma joalheira. Helen conhece um homem interessante em uma rede. Conversam escudados pela cumplicidade de uma tela que traz o desconhecido para dentro de nossas casas e nossa intimidade. E aí começa o drama. Na verdade, quando começamos a leitura, Helen se encontra já em processo de recuperação do que apenas vislumbramos, mas ainda não sabemos de todo. Sabemos que deixou marcas. Profundas marcas. A í se deu meu primeiro engate pessoal com a história. Dizem que um livro se faz do que o autor imagina e também do que o leitor ...

Leituras de minha mãe - como me tornei mais leitora

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A biblioteca de minha casa sempre foi algo fascinante. Para as condições econômicas de meus pais, que não eram absolutamente ruins, mas que também não eram exuberantes, os livros sempre foram artigo de primeira necessidade. Machado de Assis convivia com Stendhal numa boa. E até Cassandra Rios dava suas caras por lá. Obviamente que não nas estantes ao nosso alcance. A danadinha ficava na mesinha de cabeceira de meus pais e creio que, como fomos criados com respeito à privacidade alheia, eles achassem que a gente pequena não ia xeretar. Eu xeretava. E lia aquelas coisas proibidas com menos de dez anos. Para uma guria que cresceu com a lenda familiar de ter lido a Divina Comédia com essa idade, que mal faria uma sacanagenzinha de vez em quando. Não, eu não li a Dante com essa idade, li apenas um resumo da Divina Comédia que devia estar em uma alguma das enciclopédias que meu pai amava comprar também.  Assim cresci entre o inferno e o paraíso, de Alighieri a Rios, passando po...

Nenúfar, a Noite dos Tempos e Homo Deus

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mergulhei para conhecer-me inversa,submersa preciso saber se minhas pétalas aguentam [ser lama e se meu caule suporta a dor da luz Exercício de leitura de mulheres loucas Cinthia Kriemler Gosto de ler. Não é nenhuma novidade para quem me conhece. Gostava de escutar historinhas quando criança, gostava de ler gibis. Devorava livros de história desde sempre.  E ficção. Lembro de um que li aos 15 anos.  Década de 70, tempos de guerra fria e medo das armas nucleares que poderiam matar. Mas não apenas matar pessoas e destruir prédios. Podiam acabar com o mundo. Falavam da célebre frase que teria sido dita por Einstein: Não sei com que armas a III Guerra Mundial será lutada. Mas a IV Guerra Mundial será lutada com paus e pedras.  Albert Einstein O livro se chamava " A Noite dos Tempos " de um autor francês chamado René Barjavel.  A obra era fascinante aos meus olhos de adolescente que vivia em um mundo todo cheio de nãos. Falava de um...