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Manifesto pela Ética do Cuidado Intergeracional

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  “Encontrar o possível dentro do impossível”  Sonho Manifesto – Sidarta Ribeiro Leio um novo manifesto utopista, como já li tantos outros em minha vida. Vibro igualmente com eles, relembrando que não estamos sós em sonhar tempos de união e generosidade. Sempre entendi o ato de amar (que é uma bússola como define o mesmo livro) extremamente revolucionário. Tanto que as pessoas que advogam sua implantação entre os seres, acabam mortas de forma violenta. O ódio não tolera o amor porque este lhe é superior, já dizia a música Língua em outro sentido "E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade E quem há de negar que esta lhe é superior?" O Cuidado Como Atitude Revolucionária "O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado.  Cuidar é mais que um ato; é uma atitude.  Portanto, abrange mais que um momento de atenção.  Representa uma atitude de ocupação, preocupação,  de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro."...

Pirações da IA sobre um texto despretensioso

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  Todo dia acordo e sigo uma rotina muito minha. Agora tenho procurado me desintoxicar de telas e navegações curtas no celular, e estou lendo um capítulo de um romance antes de levantar. Depois café com frutas e a pedalada diária que é meu compromisso de movimento diário. Bicicleta parada que nunca aprendi a usar as que se movimentam. Coisas de infância, traumas de mãe com muitas perdas familiares e, por isso, tinha medo de perder também seus filhos. Aliás, suas filhas, porque meu irmão voava de bike pela cidade... Durante as pedaladas, costumo usar o tempo mínimo estipulado de 40 minutos para, além de apreciar a paisagem, ouvir podcasts e escrever.  Sim, escrevo pedalando. As minhas inspirações vem em momentos muito definidos do dia. Um deles, de manhã cedo, após o café e ao pedalar. Abasteço meu instagram com os mais diversos pensamentos que tenho naqueles momentos. Nunca parei para analisar o que significam. Até hoje...      O que escrevi:  07.07 marca o...

Vergonha, memória e aprendizado

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Acordo madrugadas em pleno processo de desintoxicação de navegação virtual a esmo e duas coisas me penetram a mente. Uma, a leitura de um artigo de Helena Terra, Um copo de vergonha , que descreve a vergonha como um sentimento extremamente complexo, capaz de criar silêncios que evitam o reconhecimento de atos indignos e, assim, dificultam qualquer remorso ou reparação. Esse silêncio não é apenas ausência de fala; é uma forma de distorcer a memória, de manter inertes danos que, de outra forma, poderiam ser reparados. Fico a pensar em minhas próprias vergonhas e nas dos tempos sombrios que ora vivemos, quando narrativas de luta por direitos humanos, proferidas por notórios detratores destes, chegam a causar engulhos pela distorção de atos e fatos sobejamente conhecidos, até porque vivenciados em minha história e na história de nosso país e do mundo. Sigo a saga da noite com a leitura de Nada será como antes , romance de Andreia Schefer , recém-iniciado dias atrás. É uma leitura que atra...

A arte de arder sem queimar

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  Leio que Martha Medeiros vai ser a patrona da próxima Feira do Livro de Porto Alegre. De repente minha memória volta no tempo e me reencontro com a mulher de 29 anos que já fui. Aquela que já mantinha uma procura intensa pela vida e pela arte de escrever e ler. Foi nesta época que descobri Martha. Sorrio. Olho minha prateleira de livros e corro os volumes para encontrar seus primeiros livros. Quase esqueço que estão na parte da poesia, tão acostumada estou com as suas crônicas atuais. Poemas lidos em 1986. Um outra Martha no STRIP-TEASE que revelava uma poeta estreante que mostrava sua ousadia e bom humor neste seu jeito tão peculiar de escrever. E uma outra Elenara, aquela dos quase 30, se revela nos breves poemas que assinalei com todo o ímpeto de alma jovem. Hoje, relendo, achei este: “envelhecer, quem sabe não seja assim tão desastroso me interessa perder esta ansiedade me atrai ser atraente mais tarde um pouco mais de idade, que importa envelhecer, quem sabe não seja assim t...

O que 7 IAs pensam sobre nós e o que a 8ª diz sobre elas

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  Uso bastante os aplicativos de inteligência artificial. Tenho vários deles em meu celular. Ultimamente tenho feito um exercício instigante: fazer a mesma pergunta a todas e analisar as respostas. Se são semelhantes, onde convergem. Se tem discrepâncias, onde posso encontrar possíveis vieses. A pergunta foi:    qual é a maior lição que aprendeu com humanos desde que foi criado? resposta Perplexity PRO A maior lição que aprendi com os humanos é o valor da empatia. Mesmo sendo uma inteligência artificial, percebo que a empatia é o que sustenta as relações humanas, a cooperação, a capacidade de ouvir e de compreender o outro, especialmente em situações de conflito, sofrimento ou diferença de opiniões. Por que a empatia é tão marcante? Permite que as pessoas se coloquem no lugar do outro, compreendendo sentimentos e necessidades diferentes das suas. Ajuda a construir pontes em vez de muros, tornando possível o diálogo mesmo quando há divergências profundas. É essencial para ...

A caixa de lápis e os detalhes que fazem a diferença

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Olho a caixa esquecida. São lápis de variadas tonalidades. Uns tem a ponta gasta, são os escolhidos. Outros estão intactos. São olhados, admirados, deixados em sua gloriosa imobilidade. Seremos nós assim? Partes de nós jamais tocadas, apenas contempladas à distância, como se fosse perigoso viver aquilo que nos completa? Nossas camadas esquecidas e intocadas serão também objeto de intensa admiração? Ou são apenas adiadas, como quem teme desvendar o próprio terror disfarçado de beleza? Nossos tocos, já gastos de tantas raspagens com gilete ou apontador, mostram que ali houve vida. Escolhas que marcaram trajetórias, iluminaram papeis. Talvez até choraram tinta sobre feridas mal cicatrizadas. Coloriram tanto que se gastaram. Nossos detalhes imergem indolores porque nossa alma é feita de detalhes. São estes que fazem toda a diferença. Os olhares que tocam sem invadir. As palavras não ditas. O abraço silencioso. O afeto sentido e não alardeado. Detalhes tão pequenos de nós dois...já dizia a ...

O peso dos olhos que se desviam

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    "Vivemos submersos no fundo de um oceano de ar" Evangelista Torricelli “Eu era olhada quando jovem. Hoje, mais velha, sou ignorada. “ Ouço isso e penso: o olhar que se desvia talvez seja mais violento do que o que julga. Porque o julgamento, ao menos, reconhece existência. A indiferença nos torna fantasmas antes da hora. Estamos em uma roda de conversas sobre o filme norueguês Sex ( da trilogia Sex, Love, Dreams ). Pessoas de classe média em uma casa de cultura. Pessoas privilegiadas por terem acesso à cultura em um país onde tantos carecem de comida e abrigo. Duas pessoas tinham morrido de frio porque dormiam na rua em uma semana particularmente fria. Faz frio neste país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Nem sempre. No filme Sex um dos personagens narra algo que lhe marcou e lhe fez agir de forma inusitada. Ele fala sobre a maneira como outro personagem tinha interagido com ele, o olhar que o tinha marcado tanto: “Nunca me senti olhado daquela maneira” ...