Alquimia do afeto

elenaraelegante
Nos tempos sectários de agora fica difícil se falar em afetos. 
O amor é algo meio incondicional, se exige reciprocidade, deixa de ser amor, vira obrigação.
Aceitação. 
Não necessariamente engajamento unilateral, mas aceitar o outro em toda a sua complexidade de ideias e convicções. 
E apesar de, ainda assim, amar.
 Mesmo que não amalgamando totalmente, mesmo que não junto, mesmo que não para sempre.
Mas amar.
Aceitar primeiramente sem tentar moldar.
Sem encaixar a força o que não se molda.
Amor começa livre, admiração pela personalidade, um olhar, um raio, um instigamento de luzes.
Uma sincronia de momentos.
Meteoro.
Furacão.
Liberdade.
Desvir de pré conceitos.
Viver de momentos.
União.
Como as mãos que amassam o barro para formar a cerâmica.
Construção.
Alquimia de quereres.
Querer fazer o amor bonito.
Querer construir resiliências de convivências.
Moldar peças de intricada teia.
Delicada.
Tênue.
Fogosa teia de possibilidades.
Eternas possibilidades.
Alquimicamente transformantes.
Tu nunca meu.
Eu nunca tua.
Mas sempre unos.
Em busca constante.
Do instante
da entrega
da voragem
da mansidão.
Energia dispersa e retroativa
Captada em mutações
Transformações.
Um mel que vira flor
Uma abelha que aferroa
um voo na escuridão
infinita

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

amantes eternos (divagações com a IA)

Dos meus pertences

Das podas necessárias