Notícias da guerra e o destino de Laura


Já se disse que as mulheres enxergam as guerras com uma outra visão, muito diferente da masculina. Se para os homens, lutar significa honra e coragem, para as mulheres significa muito mais mortes, 
violação e perdas. Por isso perceber a história de grandes guerras pelas palavras de uma menina que vai se tornando mulher, nos propícia uma outra abordagem para um período tão intenso da história da humanidade. 

Laura, uma jovem do interior gaúcho, nascida em uma família abastada e gozando de todas as benesses que isso acarreta. 

Laura e sua família com histórias e roteiros traçados, aqueles que fazem as regras, ou pelo menos nao  as tem que cumprir ao pé da letra.

Laura e suas amigas, vivendo novas emoções, crescendo e aprendendo a prosseguir a sina das mulheres que enfeitam e não lutam.

O mundo à sua volta mudando. As relações econômicas ruindo. As ambições políticas lá em outro lado do mundo tendo repercussões em suas vidas tão prosaicas.

O mundo pequeno onde as teias se traçam e entrelaçam com as magias das histórias que deveriam ser de faz de conta. Mas que na vida real nem sempre acabam com um felizes para sempre.

O livro uma surpresa. O título me intrigou. A guerra me fascina pelas tragédias. Onde Laura se encaixaria nelas? 

Esperava uma novela grande. 

Me veio um livro pequeno. 

Capítulos ágeis. 

Uma história densa. 

Nenhum supérfluo, nada que não precisasse estar ali.

Palavras sonoras que mostraram pequenos trechos de uma realidade que vai se encaixando, às vezes prosaica, muitas farsescas.  

Outras tantas trágicas. Como a vida

Vera Ione Molina Silva me encantou como escritora. Uma construção sutil de uma personagem rica que permeia acontecimentos que a afetam e mudam sua vida. 

A guerra traz memórias e dores. A maioria absorvida pelas mulheres que tocam a vida em frente. 


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