Despedidas

 

elenaraelegante imagem gerada no leonardo.ai

Despedidas. Não sou boa para elas.

Me doí dizer adeus, fechar as portas, sair para nunca mais

me doí mais ser a da porta que se fecha

a que fica

a que assiste o mundo capotar da janela

Mil vezes a rotina dos dias imprevisíveis

que a maldita imprevisibilidade do inevitável

Bebo a água da sabedoria da caneca que grita gratidão

Me absorvo da luz do amanhecer

Me repleno das possibilidades da segunda

me irrito com o teclado que teima em completar o que não quero,

não pedi/não penso

não gosto que me empurrem a solução pronta

que algum algoritmo delegou como sendo mais apropriado

não quero as apropriações do normal

não quero os ditames pré estabelecidos

o comportamento do bando

meu bando uiva

nos sabemos por instintos

nos reconhecemos por cheiros/salivas/gemidos

gritos de angústias/revoltas/prazer

o mundo revolta

a água me espera

eu calma/serena/inquieta

gratidão pela vida

sorrio entre irônica e crédula

em dias de sol cabem uivos?

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