Despedidas
Despedidas. Não sou boa para elas.
Me doí dizer adeus, fechar as portas, sair para nunca mais
me doí mais ser a da porta que se fecha
a que fica
a que assiste o mundo capotar da janela
Mil vezes a rotina dos dias imprevisíveis
que a maldita imprevisibilidade do inevitável
Bebo a água da sabedoria da caneca que grita gratidão
Me absorvo da luz do amanhecer
Me repleno das possibilidades da segunda
me irrito com o teclado que teima em completar o que não quero,
não pedi/não penso
não gosto que me empurrem a solução pronta
que algum algoritmo delegou como sendo mais apropriado
não quero as apropriações do normal
não quero os ditames pré estabelecidos
o comportamento do bando
meu bando uiva
nos sabemos por instintos
nos reconhecemos por cheiros/salivas/gemidos
gritos de angústias/revoltas/prazer
o mundo revolta
a água me espera
eu calma/serena/inquieta
gratidão pela vida
sorrio entre irônica e crédula
em dias de sol cabem uivos?
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