Receita de como planejar um novo ano mais bacana para a gente

Participando do grupo dos 90 dias para o melhor de si, do amigo Rafael Reinehr e, tentando achar algum nexo na bagunça que se transformou a minha vida, sair do deixar que ela me leve, tento seguir os passos dessa reflexão proposta de como fazer acontecer um 2021 que eu possa chamar de meu.

Vamos às reflexões seguindo a ordem do texto. É um roteiro de questões sobre o ano que finda e outras sobre o que inicia. 

2020

Quais foram as coisas das quais mais me orgulhei em 2020?

Perguntinha capciosa. Em um ano que pareceu não ter sido vivido, do que poderia me orgulhar?

Ter sobrevivido seria a primeira. Não foi pouco. Faço parte do grupo de risco, me lembro da sensação de me sentir descartável nas primeiras manifestações do vírus, quando se dizia a boca larga que se os velhos vão morrer mesmo, que paguem seu tributo aos mais jovens não lhes atrapalhando o trabalho com sua necessidade de isolamento.

Resolvida a questão de orgulho básico, me orgulho de não ter surtado e de ter conseguido me enxergar e definir minhas prioridades de vida. Para isso serviu a pandemia, focalizar o que me é importante, e o que é fundamental para muitas pessoas que continuo amando. Dolorido foi constatar que nem sempre eu fui a prioridade de quem achava que fosse.

Que erros cometi e que aprendizados levo?

Ter achado que ia fazer mais coisas que realmente fiz. Os cursos e limpezas que releguei. As coisas importantes que já vinha adiando e usei a pandemia como desculpa para continuar não fazendo. Os aprendizados? Quem me gosta sou eu, bem ou mal, aprendi a falar mais sobre o que quero ou não. Deixar a pretensa educação que revela uma necessidade de agradar, de lado e focar um pouco mais nas minhas posições de vida e necessidades íntimas e vitais. Disse alguns nãos importantes.

Que vozes internas, histórias, padrões estou pronta para desapegar?

Desapegar? De vez? Não sei. Culpas, necessidade de ser perfeita, crenças de talentos não desenvolvidos ou talvez não tão maravilhosos como acreditava. Mas desapego? Não posso afirmar com certeza.

O que foi vivido que foi bom e quero seguir investindo e evoluindo?

Saber que sou uma pessoa equilibrada é sempre um bom motivo de comemorar. Não é pouco. Gostei de constatar que cultura, arte, música me fazem um bem danado e ajudam na consolidação desse equilíbrio que falei acima. Quero continuar investindo nisso. E na humildade profissional de voltar a aprender coisas que achava consolidadas.

O que poderia ter sido melhor e quero passar a me comprometer mais a partir de agora?

Poderia ter cuidado mais do meu corpo. Fiz pilates online mas foi pouco em razão de caminhar menos. Não fui a médicos e dentistas e isso faz falta. Não resolvi coisas adiadas nem fiz um belo desapego na vida e nos pertences. Mas não sei se quero me comprometer a fazer. Ainda continuo detestando compromissos.

Ao que você agradece a esse ano?

Às pessoas que estiveram junto comigo e foram fundamentais para que eu pudesse manter a minha rotina e até voltar ao trabalho, mesmo que em home office. Agradeço à criação dos meus pais que me ensinaram a viver em sociedade de forma responsável e não egoísta. Agradeço aos amigos, mesmo os que só conheço virtualmente, por estarem nessa comigo e serem esteio de tantos momentos difíceis. 2020 vai ficar na memória de muitos como um ano surreal onde o mundo parou. Ver cidades desertas foi muito impactante. Assim como o é ver aglomerações em meio a uma onda de mortes. Este ano revelou o melhor, e o pior, do ser humano.

2021

Com quais qualidades você quer se comprometer? Que valores vão te guiar? (Depois de ter escrito os valores, escreva o que cada um deles significa para você nesse momento da sua vida )

Generosidade, verdade, um pouco de disciplina, perseverança

Generosidade de continuar acreditando no potencial das pessoas e sabendo que o amor se faz de trocas.

Verdade de me analisar e checar minhas verdades essenciais e tentar ser menos crítica com as pessoas. Menos crítica não vou conseguir, faz parte da minha natureza, talvez ser menos sectária.

Disciplina para percorrer caminhos de aprendizado e busca de saúde mental e corporal.

Perseverança de continuar atrás das metas, mesmo quando elas não sejam tão atraentes.

Vamos imaginar que 2021 está acabando… (mas já? Prometo que vai fazer sentido…) Pergunte-se:

Como quero me sentir ao finalizar esse ano?

Com menos culpas e com mais realizações há muito adiadas. Com menos cobranças internas também.

Quero estar celebrando o quê?

Ter feito tarefas adiadas. Ter terminado algum curso relevante. Ter feito muitas obras com clientes satisfeitos. Ter publicado meu livro sobre a história das mulheres da família. Caber naquelas roupas guardadas para o dia em que entrariam de novo em mim. Estar viajando e ter tirado férias depois de uma dezena de anos. Estar viva e feliz.

Quero estar orgulhosa de quê?

Da minha independência pessoal e interna.

Quero olhar pro que vivi e me sentir como?

Plena. Bonita e harmônica.

De que dimensões da vida quero cuidar?

Saúde, profissional, pessoal, afetiva, financeira

Quais são as áreas que merecem minha atenção em 2021?

Todas as acima

Quais serão os principais projetos do ano, o que será prioridade?

Trabalhar mais no meu medo básico: das pessoas. Me cobrar menos e ousar mais.


Isso dito, te convido a olhar para cada área de sua vida (no mapa mental) e se perguntar, uma por uma:

 Estou satisfeito com como estou cuidando dessa área hoje?

Não estou satisfeita com nenhuma de maneira ampla e irrestrita. E o resto das perguntas vou listar abaixo e responder individualmente com o rolar das páginas do novo ano. As deixo aqui como roteiro de quem queira fazer essa viagem interna.

1. Por que esse objetivo é importante para mim? Quais serão os benefícios se eu atingi-lo? (escreva)

2. Quais serão minhas perdas se não atingir esses objetivos? (escreva)

3. O que pode me impedir ou já me impediu anteriormente de cumprir esses objetivos? (escreva)

o que vou fazer para cuidar desses objetivos?

De que tipo de ajuda preciso? Com quem quero conversar para garantir que o planejamento aconteça?

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