Portais de emoção

Vi um tempo atrás uma série canadense chamada Mundo de Érica. O enredo era fascinante. Uma moça no limite de suas emoções, quase desistindo da vida, é salva por um psiquiatra. Mas não um terapeuta normal, mas um que abria as portas do passado para que Érica pudesse não apenas reviver, mas mudar pontos chaves de sua vida. Uma mistura de ficção e a teoria dos universos paralelos. 

Devo dizer que sou absolutamente fascinada pelo passado. Seja em leituras de história como em literatura que brinque com a possibilidade de voltar ao passado. Quem nunca, não é mesmo? 

Depois que perdi meu pai comecei a sentir muito forte um sentimento de viver vários momentos ao mesmo tempo. Calma, não enlouqueci. Apenas sinto alguns locais como se fossem portais de emoção. Principalmente aqueles que vivi momentos muito intensos. 

Um desses locais mágicos é o meu sítio. Sinto fisicamente as emoções que vivi ali. E lembro com tal realismo que é como se passados e presente se mesclassem e tudo estivesse acontecendo ao mesmo tempo.
Em sonhos sinto isso com Garopaba e ainda não me arrisquei a voltar ali. Mas quando durmo alguma força magnética me chama para lá. 

Talvez existam portais que nos levem de volta. Gostaria de acreditar muito nisso. De ter a mágica oportunidade de atravessar uma porta e regressar ao tempo. Não precisaria nem mudar nada. Apenas viver e conviver com pessoas amadas com mais intensidade e mais capacidade de saber o quão importante são. 

Mas provavelmente esses portais pertençam à magia, à minha vontade de reviver. À minha saudade. Talvez o portal da emoção seja exatamente lembrar daqueles momentos que foram tão intensamente vividos que se tornaram uma energia que perdurou. E fazer de mais momentos presentes, mais portas de Vida que me reabasteçam hoje. E sempre. 

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