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Terceirizar o cuidado, mas não o afeto

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Vivemos tempos estranhos. Somos criados para ter valor e propósito em uma sociedade que nos premia pelo que produzimos. Mas que também nos cobra quando nos julga inúteis para o sistema. O que fazer com os velhos que estão lentos demais, caros demais, dão trabalho demais? Coloca-los em nichos de vitalidade onde vão consumir no que se chama de economia prateada. E/ou terceirizar o cuidado dos que exigem mais atenção. O senão de tudo isso é que vamos dando uma lição amarga para as crianças e jovens: o ensinamento de que ficar velho é ruim. Que depender de cuidados é vergonha. E com isso há uma hiper valorização de uma juventude de aparência e adultos que têm pavor do futuro. O que vemos são muitas pessoas que crescem com competência profissional, mas emocionalmente despreparadas para lidar com fragilidade. E quando a velhice chega, tanto a deles como a dos outros, muitas pessoas acabam fugindo, não por maldade, mas porque não sabem lidar com o cuidado do que não produz. As pessoas raciona...