Museu dos velhos - repensando conceitos

rompendo preconceitos imagem gerada no chat gpt

O envelhecer em nossa sociedade vem acompanhado de uma série de ideias e imagens que vão sendo ensinados desde a infância. Sabe aquela imagem fofa das crianças aprendendo a ter empatia com os vovôs e vovós? Pois é, como eles representam estes bons velhinhos? Com cabelinhos brancos, coques, bobies nos cabelos, bengalas e todo um aparato de fragilidade que apenas reforça o conceito de que envelhecer é enfraquecer. 

Existem pessoas idosas frágeis? Obvio que sim. Assim como existem crianças, jovens e adultos frágeis. Doenças, fraquezas, imobilidade acometem pessoas de todas as idades. Se olharmos muitos de nossos velhos na sociedade de hoje vamos ver gente fazendo exercícios, trabalhando, viajando, cuidando de outras pessoas, inclusive de crianças. A longevidade vem se tornando uma conquista em quase todas as classes sociais. 

Também é obvio que quando falamos de pessoas idosas, existem diferenças econômicas, genéticas e de oportunidades. É preciso que se repense a sociedade para que todas possam ter acesso à saúde e a uma velhice com dignidade. E aí falamos de políticas públicas como creches e casas dia que acolham crianças e pessoas idosas que necessitem de ajuda.

Mas o ponto básico que quero ressaltar é que nós, como sociedade, devemos repensar sobre o que aprendemos e reforçamos como comportamento de alguém em determinada idade. Assim como jovens não são irresponsáveis só por serem jovens, pessoas de mais idade não são frágeis e/ou descartáveis por terem conquistado mais anos de vida.

Quando a minha irmã participou de uma atividade de na escola da neta, recebeu um comentário de um coleguinha: "Mas tu não parece avó...". Talvez pelo batom vermelho e os saltos altos. Mas e quantas avós e avôs estão felizes, dançando pela vida? Muitos ainda em plena atividade profissional, por pura necessidade de sobrevivência. E outros tantos, que conseguiram a tão sonhada aposentadoria, estão enfim conseguindo gozar a vida.

Uns outros estão aprendendo coisas e profissões novas. Olhos brilhantes e vontade de prosseguir. Outros ainda, de tênis e jeans, voltando da academia e caminhadas, namorando e envolvidos em novos e velhos projetos.

Já conseguimos mudar as sinalizações. Da antiga figurinha encurvada de bengala, agora temos um 60+. Já temos categorias de pessoas idosas nas prioridades já que as pessoas tem vivido mais. E muitas vezes melhor.

Envelhecer faz parte dos ciclos da vida. Tem suas vantagens e desvantagens, como tudo na vida. E depende muito de como encaramos estes processos. E das escolhas que fizemos durante a vida. Se fomos ensinados que ficar velho é ruim, podemos achar que os 60/70 já é o fim da linha. Ou que não nos resta mais tempo para nada. 

Mas, se entendermos que a vida se faz a cada momento e dia, podemos entender que viver muito é conquista de quem não ficou pelo caminho. Entender que cabelos grisalhos/brancos e /ou pintados não nos definem. Que rugas podem significar memórias de experiências e que romper ideias pré estabelecidas é sempre revolucionário e libertador. 

Então eu faço um convite para que você pense e responda de maneira sincera: O que é envelhecer para você? E o quanto do que aprendeu na infância ainda está presente em você, influenciando a sua maneira de pensar?      

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