Entre sonhos e novelos

Imagem gerada no DALL-E

Um sonho. Uma casa de esquina. Formas esquisitas. Era feita estruturalmente de arcos de material orgânico. Parecia uma costela humana deitada, preenchida com lonas e vidros translúcidos. Eu e meu pai já falecido cheios de curiosidade entramos na casa, sem nem pedir licença. Meu pai me visita poucas vezes em sonhos. Sempre mais jovem do que quando partiu. Tem a aparência da minha lembrança de criança. Sempre fomos curiosos os dois. A casa tinha uma rampa interna por onde se subia aos espaços que eram amplos e inter-relacionados. O dono da casa, um arquiteto que mal conheço virtualmente, veio nos receber. Em uma cadeira de rodas. Nos guiou pelos espaços internos, explicando como tinham sido feitos. Do nada, apareceu minha mãe que pediu para ir ao banheiro social. Um estranhamento no homem da cadeira de rodas que morava na casa que lembrava uma costela. Não existia banheiro social. Só o íntimo porque a casa era dele e da esposa. Esta gentilmente nos guiou rampa abaixo e abriu uma porta para um banheiro minúsculo, com vaso e pia. O chuveiro ficava na parte de cima da rampa. Era na barra que abrigava a cortina de plástico que separava e dava privacidade. A água começou a jorrar para surpresa de todos. Parecia um mecanismo que respondia aos movimentos e/ou desejos. Dali pude ver meu pai pulando de alegria. Acordei. Por mais que tentasse racionalmente voltar ao sonho, estes tem disso: acabam nas partes mais bacanas e deixam um monte de lacunas para que a gente preencha na volta da consciência. Ou não.

Tentei pedir aos geradores de imagens inteligentes que criassem a minha casa dos sonhos. Nada. Nenhuma imagem chegou perto da minha imaginação. Vou tentar desenhar. Um dia.

Uma amiga que não via há anos me relatou que teve, no mesmo dia, um sonho muito semelhante, com seus pais e uma casa. Significado? Talvez portais do universo abertos às energias que desconhecemos. Talvez sincronicidade. Talvez nada. Só sonhos.

O nosso inconsciente é poderoso gerador de surrealidades que nos fazem correr para encaixar. Peças soltas de um imenso quebra-cabeças que talvez nem precise ser resolvido. Apenas brincado porque a resolução vai mudando a medida que vivemos e escolhemos.

Nossas escolhas determinam nossos caminhos. Nossos passos nos levam ao desconhecido que irá abrir portas, janelas e universos. Já disse o escritor que só o que se precisa é coragem.

Coragem e curiosidade. E amor por nós. E pelos outros.

A vida é um novelo a ser tecido. Com maestria e simplicidade.

Vivamos então.

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