Perdidos e achados



Perdi a rota/ o rumo
a travessa vermelha
fumegante cheirando a solidão

perdi o tempo de ousar,
rotina regrada do bem-fazer
Perdi os dedos ligeiros

e a paciência
(quando me interrompem o fluxo da vida)

perdi o gato assustado 
e o cachorro carente
tão perdidos quanto eu
em busca do osso/ do moço/ do caroço
da rima imperfeita

perdi o sorriso inocente,
palavra dura da certeza pronta

perdi nacos de mim
na tentativa de seguir em frente

Perdi estrelas 
e Planetas desconhecidos

perdi o medo de tentar
Perdi a voz úmida/
sumida de medo de gritar

perdi a mala miúda
jogada na pista

perdi voragens / coragens
certezas/ sentidos

tento entender o que ganhei
perdendo

Ganhei uma alma sábia
que aprendeu que boca calada
Não atrai moscas
que menina educada
não abre brechas
que o amor pode ser perigoso
que a confiança
mora na raiva reprimida

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

amantes eternos (divagações com a IA)

O nunca mais

O tempo