Sete notas dissonantes


Eram sete notas dissonantes
Naquele castelo de magias

Uma sabia a águas
Águas mansas que corriam
Também redemoinhos
Arrastando grilhões

A segunda parecia abraço
Vó embalando canção
Mãe cuidando ferida
Amor depois da paixão

A outra lembrava fogo
Brincadeira de criança
Mansidão de ver chamas
Calor de multidão

A quarta nota diferente
Estranhava pela ausência
Uma coisa de urgência
Aquele aperto sentido
Mais vazio que presença

A quinta era nuvem no céu
Fumacinha de aniversário
Era aquilo que fica
Depois que tudo evapora

A sexta era concreta
Feita de aço e coragem
Tinha o dom das decisões
Daqueles que tomam peito
Era dos práticos a nota

A última era impronunciável
Não tinha forma nem definição
Talvez fosse o que se chama
Pura intuição

Sete notas dissonantes
No castelo de magias
Formavam uma corrente
Na vida que fulgia


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