Cadê as pessoas de verdade?


Felizes, vencedores, atletas e inteligentes! 

Céus, cadê as pessoas de verdade? 

Me lembra aquela poesia de Fernando Pessoa, todos príncipes e princesas pela vida. Todos superando tudo, engolindo pequenezas, vomitando verdades. 

Até eu aprendi a fórmula facebookiana de ser seguida e perseguida pelas curtidas da vida. Aparentar felicidade. 

Mas não. Eu não sou sempre feliz. Não, eu não perdoo sempre. 

Sim, eu sinto mágoas. Eu penso migalhas. Eu desejo males.

Minha aparente tranquilidade esconde mundos de inquietações. Minha força que alguns insistem em ver é a impossibilidade de delegar para alguém. Resta enfrentar. 

Minha mente é um turbilhão de pensamentos. Alguns bons, outros nem tanto.

Sim, eu sei que existe gente em situação bem pior. E nem preciso me lembrar do Nepal ou da África. Aqui bem perto existe gente sem teto, sem comida. Sem saúde. Sem nada. 

Sim, isso me serve de combustível para seguir.

Mas esse seguir não significa que eu seja uma eterna personagem da Disney, com um sorriso estampado, dizendo bom dia, boa tarde, boa noite como um Truman da vida. 

Cadê os seres humanos normais? Cadê os que xingam, os que são mistura de fel e doce? Cadê a vida dos que não são sinônimo de perfeição? 

Cadê a palavra que fica além do discurso dos vencedores? 

Losers da vida, erguei-vos!


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