A chuva que lava a alma
Não é segredo que venho passando aqueles tempos cíclicos que me acometem de tempos em tempos: a mudança. Ainda bem que não fico parada e que tento de alguma forma me ouvir.
Não, o meu mundo não é sempre florido e cheio de pássaros voejantes. Embora eu seja otimista, consiga olhar situações de forma criativa, é preciso que isso faça sentido dentro de mim.
A vida não é um florir constante. Não existe força de vontade que mude um sentimento de perda, de desconforto, de desapego interno. Processos doem.
Fugir da dor não é humano. A dor existe. É importante porque sinaliza algo que não está funcionando, seja físico, seja mental, seja emocional. Não adianta muito tampar a dor, tomar um barbitúrico, droga, mantra, seja lá o que o for para esconder que doí.
Dor existe para sinalizar. Maturidade é encarar a dor de frente, na medida das nossas possibilidades. Com ajuda dependendo do tamanho da dor. Encarar quando pudermos. A dor nos ajuda.
Existe uma sutil e grande diferença entre encarar a sua dor e adubar a sua dor.
Adubar é focar na dor e não no problema que a causa.
Encarar é prestar atenção e entender os processos que levam à dor.
Entendidos e assimilados, resta as escolhas do que fazer com eles. Há momentos para enfrentar de peito aberto. Outros de buscar ajuda e muita. Outros ainda de entender, assimilar e se fortalecer antes de enfrentar. Cada um com sua dor e sua situação.
Amigos, abraços, ouvidos atentos, lágrimas, cuidados, tudo ajudam a lavar a alma e a dar aquela pausa necessária para seguir adiante no rumo do verdadeiro sentido da vida: crescer.
Que a chuva lave as dores e nos traga mudanças tão necessárias à jornada de uma vida verdadeira onde a luz brilhe na maior parte do tempo. Pelo menos dentro de cada um de nós.
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