Trabalhar o silêncio
De uma segunda feira de muitos anos atrás
Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2000
Hoje é uma segunda feira meia diferente. Não sei explicar
porquê.
Não que me sinta mal, pelo contrário, me sinto inteira e calma. Mas...
Tenho dentro de mim uma inquietação, como se o fato de trabalhar o silêncio me
trouxesse uma maior consciência das faltas que sente o meu coração.
Acabei de
ler um livro que fala sobre as sete leis universais do sucesso. A primeira
delas é a da potencialidade que pede que trabalhemos com o silêncio interno. E
é interessante porque sem os ruídos que vem de fora, e que acabam afetando a
sanidade sem que percebamos direito, a cabeça torna-se mais clara e mais ágil.
E é mais difícil se arrumar desculpas para as feridas porque elas teimam em
aparecer . Mas aparecem também de uma forma verdadeira, porque trazem junto de
si a necessidade de remédios urgentes e próprios. Parece que o corpo, sendo
sábio, se não for atrapalhado acaba encontrando as suas próprias soluções, ou
pelo menos apontando os caminhos.
Outra lei fala da necessidade de se encontrar a nossa
fonte de riqueza interior, aquilo que nós fazemos melhor do que ninguém e que é
o como podemos auxiliar o mundo. Normalmente é aquilo que fazemos tão bem, de
maneira tão prazerosa e dedicada, que se torna quase uma arte. Tenho a sensação
de que passei tanto tempo tentando ser alguém de os outros gostassem, que
acabei me afastando de minha própria riqueza interna, que agora urge por sair.
Acho que ela se manifesta pela escrita, porque escrever me dá um prazer imenso.
Mas uma escrita que fale de emoção e verdade. Faz tempo que deixei de treinar o
saudável hábito de ler com entrega e escrever sem pudor. Toda arte é uma
exercício que deve ser renovado diariamente.
Creio que o caminho se torna mais
límpido e a estrada parece de novo transitável. Um sol enorme e muito luminoso
se encontra adiante e a música de minha alma começa a se preparar para tocar. A
orquestra afina os seus instrumentos e me mostra que a prosperidade se encontra
dentro de mim, assim como se encontra dentro de cada um de nós. Basta que a
deixemos vir a tona.
Essa segunda de outrora me aponta que realmente a vida é cíclica e que os ensinamentos se encontram nas trilhas que percorremos. Cá me encontro eu, tendo as mesmas inquietações e encontrando as mesmas respostas que teimam em gritar. Talvez por serem verdades minhas. E verdade da gente nos persegue. Por isso as vezes nos assusta. Por isso sempre nos apaixona.
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